A notícia da subida do Brasil ao sexto lugar da escala das economias mundiais tem diversas leituras.
A primeira é que este enorme sucesso da economia brasileira acontece ao cabo de oito anos de governo de Lula da Silva, um presidente que deixou o poder com mais popularidade do que tinha à chegada. Os portugueses pouco saberão sobre a governação de Lula, pois por cá falava-se essencialmente sobre escândalos, que nem sequer conseguiam atingir o presidente, e pouco ou nada sobre o corte com a dependência do FMI, a diversificação das relações económicas, a política de crescimento com criação de emprego e desenvolvimento social, a estabilidade.
A segunda leitura é que o Brasil sobe, ultrapassando o Reino Unido, enquanto as economias europeias descem. Não tardará que a Índia e a Rússia ultrapassem a França e Itália, se não mesmo a Alemanha. E isto acontece quando a Europa mergulha na crise dos seus egoísmos. A União Europeia é um saco de gatos, que se discute eternamente a si próprio, nos seus joguinhos de poder e de interesses, jamais discutindo como constituir um mercado comum e coeso de crescimento e desenvolvimento. A terceira leitura é que num mundo em crise o Brasil continua a crescer, aproveitando os seus recursos e dinamizando o mercado interno: mais poder de compra, mais crédito, mais consumo, mais iniciativa, mais riqueza e crescentemente mais distribuição, mais saúde e educação.
E é este imenso país que continua a crescer que é agora de novo um Eldorado - como foi nas primeiras décadas do século XX - para os portugueses pobres e sem horizontes. Só nos primeiros seis meses deste ano o Brasil concedeu vistos de residência a mais de cinquenta mil portugueses. Que grande lição para um pequeno país campeão do insucesso escolar.
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