Os governos, ministérios e autarquias são quase exclusivamente chefiados por homens, e as percentagem têm rondado os 18/20 por cento para a assembeia da república e os 2/3 por cento para as autarquias.
Enquanto que estão fortemente representadas na subalternidade da admnistração pública e no ensino básico e secundário, na agricultura, pescas e operariado, estão em contrastante minoria no ensino superior e nas posições fortes de toda a gerência empresarial, técnica e científica, artística e da informação.
A literatura, o cinema, a rádio, a televisão, a publicidade, todos os mecanismos nacionais e internacionais conformadores das mentalidades estão dominados por homens e por uma descrição patriarcal da realidade. O inconsciente colectivo português e estrangeiro continua marcado pelo preconceito sexista e pela desigualdade dos géneros.
São as mais atingidas pelo desemprego, nas famílias continuam a arcar com a quase totalidade das tarefas domésticas, a violência doméstica continua a ser a maior causa de morte e estropiamento das mulheres entre os 16 e os 44 anos, o estado continua de braço dado a uma organização religiosa em cuja hierarquia a mulher não tem lugar e a permitir-lhe honras de ensino oficial nas escolas públicas do país. O aborto continua ilegal e as opiniões dividem-se sobre se a legalização do proxenetismo e da prostituição iria dignificar a mulher ou conferir-lhe um estatuto ainda mais legal de objecto comercializável e traficável.
Hoje 8 de Março celebra-se o dia mundial da mulher.
A igualdade não cai dos céus. Conquista-se.
Para erradicar a pobreza é necessário distribuir o saber.
Em Portugal, o número de mulheres sem grau de instrução é quase duplo do dos homens.
De 100 docentes do Ensino pré-Primário em Portugal, 99 são mulheres e só 1 é homem.
De 100 docentes do Ensino Universitário em Portugal, 36 são mulheres e 64 são homens.
De 100 Profesores Catedráticos em Portugal, 22 são mulheres e 78 são homens.
As pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos.
Os privilégios de uns são a exploração de outros(as).
Muitas mulheres têm 2 jornadas de trabalho. Mas ganham só uma.
70 por cento dos pobres do mundo são mulheres.
4 milhões de mulheres, por ano, em todo o mundo, são compradas e vendidas por proxenetas, pais ou esposos.
Dos 160 subscritores da Carta da ONU, só 4 eram mulheres.
A tradição literária das mulheres corresponde a uma subversão literária e política: a função de dar voz a um sujeito que fora sempre objecto.
A imprensa só será verdadeiramente livre quando a voz das mulheres tiver o mesmo peso da dos homens.
Não podemos mudar o mundo sem os homens; eles também têm de mudar.
http://pt.indymedia.org/
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