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terça-feira, 13 de setembro de 2011
Cortex pré-frontal
Pesquisas anteriores sugerem que maior inteligência está ligada a melhor autocontrole, mas as razões para isso são desconhecidas. Os psicólogos Noah A. Shamosh e Jeremy R. Gray, da Universidade de Yale, nos EUA, e seus colegas, se interessaram em testar a idéia de que certas regiões do cérebro que apóiam a memória de curto prazo podem ter um papel crítico nessa relação.
“Sabe-se há algum tempo que a inteligência e o autocontrole estão relacionados, mas nós não sabemos como. Nosso estudo implica a função para uma estrutura cerebral específica: o córtex pré-frontal anterior, que é uma das últimas estruturas cerebrais que se amadurece completamente”, disse Noah.
No estudo, 103 adultos saudáveis foram apresentados em uma tarefa de desconto atrasado para que fosse avaliado seu auto controle: uma série de escolhas hipotéticas onde eles tinham que escolher entre duas recompensas financeiras, uma menor que seria recebida imediatamente ou outra, maior, que seria recebida tempos depois. Os participantes então fizeram uma variedade de testes de inteligência e de memória de curta duração. Noutro dia a atividade cerebral dos voluntários foi medida usando ressonância magnética, enquanto eles realizavam tarefas de memória de curto prazo.
Os resultados mostraram que os participantes com maior ativação na região do córtex pré-frontal anterior também atingiram maiores notas nos testes de inteligência e exibiram melhor autocontrole durante o teste de escolha de prêmios financeiros. Essa foi a única região do cérebro que mostrou esta relação. Os resultados apareceram na edição de setembro da revista científica Psychological Science.
Estudos anteriores mostraram que o córtex pré-frontal anterior tem um papel em integrar uma variedade de informações. Os autores sugerem que grandes atividades nessa região do cérebro ajudam as pessoas não apenas a gerenciar problemas complexos, resultando em maior inteligência, mas também ajuda em lidar com objetivos simultâneos, levando a maior autocontrole.
O conhecimento de mecanismos neurais que fundamentam a relação entre memória de curta duração, inteligência e desconto atrasado podem resultar em melhores técnicas para aumentar o autocontrole. Isso é particularmente aplicável na regulação do comportamento relacionado à jogatina e abuso de drogas. “Entender os fatores que apóiam melhor auto-controle é relevante para uma série de comportamentos importantes, desde economizar para a aposentadoria até manter a saúde mental e física”, concluíram os autores.
leia mais em http://www.science20.com/news_releases/neural_link_between_intelligence_and_self_control
segunda-feira, 13 de junho de 2011
O UNIVERSO HOLOGRAFICO
religiões antigas, ao analisar uma das teorias mais fantásticas de nosso tempo.
Desenvolvida por dois eminentes pensadores, o físico David Bohm, da
Universidade de Londres, e o neurofisiologista Karl Pribram, de Stanford, tratase
de uma nova conceituação da matéria, inspirada no princípio da holografia, a
reprodução tridimensional de imagens por laser, segundo a qual todo o
universo não passaria de um holograma gigantesco, um tipo de imagem criada
pela mente, contendo tanto a matéria quanto a consciência, na forma de um
campo único. Esse novo modo de encarar a realidade, que vem conquistando
um número crescente de adeptos no meio científico, explica não apenas muitos
dos enigmas insolúveis da física, como também ocorrências misteriosas como a
telepatia, experiências fora do corpo ou no limiar da morte, os sonhos
"lúcidos", e mesmo vivências místicas e religiosas. Um livro audacioso,
perturbador, escrito numa linguagem deliciosamente simples, ainda que
firmemente enraizado nas melhores tradições científicas,
O Universo Holográfico está destinado a se tornar um clássico no gênero.
domingo, 13 de março de 2011
Senciência animal
assista o vídeo em http://migreme.net/15op
© www.bio.psu.edu
Em entrevista à comissão do Prêmio WSPA de Bem-estar Animal 2010, a bióloga Dra. Victoria Braithwaite, renomada pesquisadora da universidade americana Penn State University, falou sobre senciência animal. Formada pela Universidade de Oxford e com PhD na mesma instituição, publicou vários trabalhos sobre senciência em peixes e recentemente lançou um livro-texto sobre o tema. Sua área de estudos envolve a análise da percepção, do aprendizado e da memória dos animais.
- O que significa senciência?
VB: Senciência significa ter a capacidade de vivenciar sentimentos e emoções. Como tal, significa ter a capacidade de sentir dor e de sofrer, mas o oposto também é verdadeiro – um animal senciente também tem a capacidade de sentir prazer.
- Você poderia contar um pouco sobre a história do estudo da senciência animal?
VB: Por um longo tempo se pensou que senciência fosse um processo exclusivo dos seres humanos, e muitas pessoas a desconsideravam para os animais. Teorias extremas, tais como aquelas propostas por René Descartes no século XVII, tiveram um efeito profundo e prolongado. Essas opiniões consideravam os animais como máquinas ou autômatos, incapazes de ter sentimentos ou emoções. Entretanto, durante o século XX, e agora adentrando o XXI, esse conceito está mudando, de forma que hoje se acredita amplamente que muitas espécies, além dos vertebrados, também são sencientes.
- Quais são as principais evidências da senciência animal?
VB: A senciência é um processo difícil de ser demonstrado porque seria preciso entrar na mente de um animal para entender o que ele está percebendo e processando, e como tal processo cognitivo altera o comportamento do animal. Porém, pesquisas recentes (nos últimos cinco anos) começaram a mostrar excelentes indícios que os animais apresentam estados afetivos. Essas evidências apontam que várias espécies de vertebrados podem sentir prazer ou sofrer.
Acredito que algumas das evidências mais convincentes são aquelas provenientes do trabalho realizado pelo Professor Mike Mendl e seus colaboradores. Eles demonstraram que a retirada de enriquecimento ambiental das gaiolas onde os ratos de laboratório estão alojados abala o estado afetivo dos animais, resultando em um aspecto pessimista/depressivo. Os ratos tornam-se menos dispostos a generalizar entre estímulos ambíguos, ou seja, tendem a interpretar um estímulo duvidoso como não sendo positivo. O que, em comparação, os ratos mantidos com enriquecimento ambiental farão. Os animais que passaram pela perda de enriquecimento tornam-se muito mais conservadores nas escolhas que fazem.
- Considerando-se o Reino Animal, quais grupos de animais são sencientes?
VB: Até o momento, há boas evidências de que animais vertebrados têm alguma forma ou capacidade de sentir. Quanto mais complexo for o sistema nervoso, mais avançadas serão as formas de senciência – assim, enquanto peixes apresentam formas bastante básicas de emoções e sentimentos, os mamíferos parecem equipados com capacidades de sentir mais complexas e variadas.
Este não é o caso de invertebrados. Acredito que não dispomos de evidências convincentes da senciência em invertebrados – mesmo para polvos e lulas, que são considerados os invertebrados mais inteligentes. Talvez encontremos melhores formas de testar isso no futuro, mas neste momento não há indícios convincentes.
- Qual é o impacto do reconhecimento dos animais como seres sencientes sobre a produção animal?
VB: O reconhecimento da senciência dos animais de produção vem tendo um grande impacto. Grande parte da sociedade acredita que tem uma obrigação ética de cuidar dos animais que mantemos em cativeiro com o propósito de produção de alimentos ou outros produtos. Dada a evidência de esses animais podem sofrer medo ou dor, existe um interesse crescente em melhorias nas instalações, no manejo e nos cuidados que os animais de produção recebem.
- Na sua opinião, qual será a reação da sociedade à medida que o reconhecimento da senciência se torna mais evidente?
VB: À medida que a sociedade se torna mais consciente da senciência animal, haverá um interesse crescente nos métodos de produção comumente empregados. Isso levará a um aumento na atenção dada ao bem-estar animal. Minha expectativa é de que haja um impacto positivo na forma de alojamento, manejo, cuidados e, finalmente, de abate ou descarte dos animais. Talvez a sociedade precise considerar pagar mais por animais criados com bem-estar. A partir de uma perspectiva ética, a sociedade deveria demonstrar motivação para pagar tal custo, uma vez que é sabido que os animais que utilizamos para produção são seres sencientes.
sábado, 18 de setembro de 2010
O mistério do déjà vu
De acordo com a pesquisa, as experiências sugerem que o déjà vu pode ser provocado de forma independente, sem haver uma memória real para acioná-lo.
Acredita-se que reconhecer um objeto ou situação familiar engatilhe dois processos no cérebro. Primeiro, a mente busca em seu arquivo de memória para descobrir se os conteúdos daquela cena já foram vistos antes. Em caso afirmativo, uma parte separada do cérebro identifica a cena ou o objeto como familiares.
Explorando esta teoria de dois passos, uma equipe de cientistas da Universidade de Leeds, no norte da Inglaterra, mostraram a voluntários 24 palavras comuns e em seguida os hipnotizaram. Os cientistas disseram aos 18 voluntários que, quando estivessem diante de uma palavra em uma moldura vermelha, eles sentiriam a palavra como sendo familiar, embora não soubessem quando foi a última vez que a viram. Mas se vissem uma palavra em uma moldura verde, eles pensariam que ela pertencia à lista original de 24.
Em seguida, os voluntários foram tirados do estado de hipnose e expostos a uma série de palavras em molduras de cores variadas. Algumas não pertenciam à lista original de 24 ou estavam em molduras verdes ou vermelhas. Dez voluntários disseram ter experimentado uma estranha sensação quando viram novas palavras em vermelho e outros cinco disseram que esta sensação definitivamente se parecia com um déjà vu.
A cientista Akira O´Connor, aluna do doutorado do Grupo de Memória da Universidade disse que as descobertas lançam uma luz intrigante sobre os casos de déjà vu e o modus operandi da memória humana. "Isso nos diz que é possível dissociar de forma experimental estes dois processos, o que é realmente importante para estabelecer que são, de fato, separados", disse O´Connor, segundo o artigo da New Scientist.
Uma pesquisa anterior sugeriu que o déjà vu pode se originar em uma parte do cérebro chamado lóbulo temporal. Algumas pessoas com epilepsia no lóbulo temporal freqüentemente têm registros de déjà vu, e cientistas franceses descobriram que partes eletricamente estimuladas do lóbulo temporal podem acionar a sensação de familiaridade com tudo o que uma pessoa encontrar pela frente.
Fonte: http://port.pravda.ru/
terça-feira, 29 de junho de 2010
Depressão pós-parto
Descida dos níveis de estrogénio e aumento da monoamina oxidase A são os principais factores responsáveis
Caracterizada por alterações de humor, ansiedade, falta de apetite e irritabilidade, a depressão pós-parto é actualmente considerada um grande problema de saúde pública.
Investigadores do Instituto Max Planck de Ciências Humanas Cognitivas e Cerebrais, de Leipzig, na Alemanha, acreditam ter descoberto os mecanismos responsáveis por esta condição, estando agora na esperança de que se possam desenvolver tratamentos eficazes para esta patologia.
De acordo cm o estudo publicado na revista "Archives of General Psychiatry", este tipo de depressão acontece devido a uma descida brusca dos níveis de estrógenio logo após o parto, ao mesmo tempo que se dá um aumento da enzima monoamina oxidase A (MAO-A) no cérebro, que bloqueia as substâncias químicas responsáveis pelo bem-estar.
Esta enzima reduz a acção dos neurotransmissores serotonina, dopamina e noradrenalina, que, além de serem responsáveis por transmitir os sinais entre as células nervosas, também influenciam o humor. Quando o funcionamento destes neurotransmissores é afectado, a mulher inicialmente sente-se abatida e após algum tempo corre o risco de ficar deprimida.
A MAO-A foi encontrada em níveis 43 por cento mais elevados em mulheres que acabaram de dar à luz do que noutras que tiveram filhos há bastante tempo ou nunca tinham sido mães. Os níveis mais altos foram registados no quinto dia após o parto, coincidindo com a altura em que o humor das mães está mais em baixo.
Julia Sacher, coordenadora desta investigação, acredita que estes resultados podem ter um grande impacto na prevenção e no tratamento de depressão pós-parto através da criação de fármacos que podem ser um recurso para diminuir os níveis desta enzima e aumentar os níveis das substâncias químicas por ela afectadas.
Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=43664&op=all
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Cientistas comprovam efeitos da Acupunctura
Testes em ratos comprovam que efeito das agulhas pode reduzir até 2/3 a dor
Apesar da longa historia no Oriente e da rápida aceitação pelo Ocidente, ainda existem muitas questões por responder acerca do funcionamento da acupunctura, como os mecanismos que causam efeitos analgésicos.
Um trabalho, publicado recentemente na Nature Neuroscience http://www.nature.com/neuro/journal/vaop/ncurrent/abs/nn.2562.html, revela as bases fisiológicas para os efeitos desta técnica a nível local.
Várias investigações demonstraram que a aplicação de agulhas activa de forma duradoura os tecidos sensíveis ascendentes e, em consequência, liberam-se endorfinas (péptidos opióides) no sistema nervoso central.
Esta técnica, que se realiza em sessões de 30 minutos em que as agulhas giram ou estimulam com calor ou electricidade a cada cinco minutos o corpo, é, para muitas pessoas, um alívio para a dor.
No entanto, a simples libertação de endorfinas “não pode explicar só por si a causa da acupunctura se aplicar convencionalmente muito próximo do foco de dor nem porque os seus efeitos analgésicos estão restringidos ao lado ipsilateral”, assinalam os autores do Centro de Medicina Translacional da Universidade de Rochester, em Nova Iorque.
Se a libertação de endorfinas no cérebro fosse a única razão do efeito analgésico da acupunctura, então bastava que as agulhas fossem enfiadas em qualquer ponto e não nos que estão próximos da zona a ser tratada. O grupo de investigadores centrou a atenção nos fenómenos que tinham lugar nas proximidades do lugar de inserção das agulhas.
A molécula que inibe a dor
O estudo foi centrado na adenosina, um derivado do ATP − a molécula que confere energia às células − que intervém em processos como a regulação do sono ou da função cardíaca e que tem propriedades anti-inflamatórias e analgésicas. Este péptido é libertado na pele depois de se sofrer uma ferida e inibe os impulsos nervos, aliviando a dor.
Como objectos de estudo, os autores submeteram vários ratos com feridas em uma das patas à acupunctura num ponto concreto do joelho em sessões standard e monitorizaram os níveis de adenosina na zona. Deste modo, os cientistas comprovaram que a dor diminuía em dois terços graças às agulhas.
Durante o tratamento, os níveis de adenosina próximos do ponto de inserção aumentaram até 24 vezes o nível base. Curiosamente, num grupo de roedores alterados geneticamente para serem insensíveis a esta molécula, a acupunctura não teve qualquer efeito, reforçando a ideia de que o papel desta molécula é crucial para aliviar a dor.
“Este estudo identifica a adenosina como parte do processo. É uma contribuição interessante para o nosso conhecimento crescente de uma intervenção tão complexa como a acupunctura”, salientou Josephine Briggs, director do Centro Nacional de Medicina Complementar e Alternativa dos Estados Unidos, que financiaram o projecto.
domingo, 8 de março de 2009
Cancro e afta
Esse médico achou muito estranho que todos os tipo de câncer tivessem essa característica, ou seja, vários são os tipos de tumores mas têm em comum o aparecimento das famosas aftas no paciente. Então, pode estar ocorrendo o contrário - pensou ele. A causa do câncer pode ser o fungo. E, para tratar esse fungo, usa-se o medicamento mais simples que a humanidade conhece: bicarbonato de sódio.
Assim ele começou a tratar seus pacientes com bicarbonado de sódio, não apenas ingerível, mas metódicamente controlado sobre os tumores.
Resultados surpreendentes começaram a acontecer. Tumores de pulmão, próstata e intestino desapareciam como num passe de mágica, junto com as Aftas. Desta forma, muitíssimos pacientes de câncer foram curados e hoje comprovam com seus exames os resultados altamente positivos do tratamento.Para quem se interessar mais pelo assunto, siga o link (em inglês):não deixem de ver o video, no link abaixo. O medico fala em italiano, mas tem legenda em portugûes.
www.curenaturalicancro.com
Lá estão os métodos utilizados para aplicação do bicarbonado de sódio sobre os tumores. Quaisquer tumores podem ser curados com esse tratamento simples e barato.Parece brincadeira, né?
Mas foi notícia nos EUA e nunca chegou por aqui. Bem que o livro de homeopatia recomenda tratar tumores com borax, que é o remédio homeopático para aftas.Afinal, uma boa notícia em meio a tantas ruins.
De novo, a pergunta que não quer calar: por que a grande imprensa não dá a menor cobertura a isso? Nem na TV, nem nas rádios, nem nos grandes jornais... Absolutamente nada. Quem os proíbe de noticiar? O médico teve que construir um site, para divulgar o seu trabalho de curar o câncer (ou, pelo menos, várias das suas formas), usando apenas solução de bicarbonato de sódio a 20%. Imaginem! Bicarbonato de sódio, coisa que a gente encontra até no boteco da esquina.Neste endereço, o vídeo, onde o médico italiano mostra a evolução do tratamento até a completa cura em 4 casos: www.cancer-fungus.com/sub-v1pt/sub-pt.html
Neste, o site em Português. Clicando-se nas bandeirinhas no alto da página, muda-se o idioma: www.cancerfungus.com
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
Descoberta de 26 genes que podem causar cancro de pulmão
Estas descobertas são um importante passo de encontro a desenvolver novos tratamentos que podem vir a serem adaptados a pacientes específicos.
A atual descoberta foi à maior do gênero até então, sendo que a forma mais comum de mutação genética era a chamada adenocarcinoma. Os resultados das pesquisas mais que duplicam dos genes implicados nessa condição.
O câncer de pulmão é a principal causa de morte de câncer nos Estados Unidos e no mundo.
O estudo incidiu sobre tumores que se originou no pulmão e foram removidos cirurgicamente. Mas, também espera os pesquisadores que os resultados sejam possíveis para identificar em mutações que apareçam em outros tumores.
Os cientistas estudaram amostras de 188 tumores. Eles examinaram a composição de 623 genes que foram mais freqüentemente mutado. A idéia é que, se um gene está mutado em vários tumores, que provavelmente ele desempenha um papel importante na doença. As mutações claramente surgiram nos cânceres porque eles não aparecerem no tecido sadio dos pacientes com câncer.
Os resultados sugerem que algumas drogas em uso ou sendo estudadas para outras finalidades podem trabalhar nas pessoas cujos tumores apresentam certas mutações. Por saber que genes que promovem o desenvolvimento de câncer pulmão, os cientistas obtêm metas para desenvolvimento de novas terapias.
Mas, só de pensar, que esta descoberta de novos 26 genes que podem provocar o câncer de pulmão não chega a ser um centésimo das possíveis causas, denota que existe ainda muito trabalho a ser realizado até serem identificadas todas as causas do aparecimento do câncer.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Água mineral feita a partir do mar paulista chega aos EUA.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Brasileiro faz estudo na máquina do "fim do mundo"
Diego Salmen
Especial para Terra Magazine
Ignácio Bediaga é um dos milhares de cientistas envolvidos nos experimentos do LHC (em inglês, Grande Colisor de Hádrons). Coordenador do Laboratório de Física Experimental de Altas Energias do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), ligado ao ministério da Ciência e Tecnologia, Bediaga é um dos brasileiros que participam das pesquisas na chamada máquina "do fim do mundo".
http://bethccruz.blogspot.com/2008/09/mquina-do-fim-do-mundo-lhc-fotos-e.html
domingo, 7 de dezembro de 2008
Ciência e Espiritualidade
Tenho procurado informações cientificas sobre a espiritualidade.
Há muitas pessoas que são facilmente influenciadas e tenho recebido alguns clientes com relatos muito estranhos. Recebi agora um caso em que a pessoa foi a uma consulta de espiritualidade e recebeu algumas informações a seu respeito e ficou tão impressionada que decidiu mudar de emprego, vir para mais perto da família e encontrar um emprego com menos consumo de tempo e, lamentavelmente ela seguiu a risca as "dicas" e não pensou em ser mais racional e preventiva e agora ela NÃO tem emprego, NÃO tem salário e está perto da família, mas NÃO tem estrutura emocional para dar atenção a eles.
precisamos filtrar o que ouvimos.
Vou continuar a pesquisar sobre o assunto.
Se tiver interesse, assista ao vídeo:
http://www.tvmundomaior.com.br/cienciaeespiritualidade/index.php?INpro=9&INvid=99
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Hormonios, neurotransmissores e emoções
Após anos de estudos, pesquisas e aplicação de seus achados, o doutor Sergio Klepacz afirma com convicção: o equilibrio hormonal é o pilar da saúde física, emocional e psíquica. Disturbios como obesidade, insônia, estresse, síndrome do pânico e depressão são tratados pelo autor com balanceamento hormonal e dietas adequadas.
Com linguagem clara, esta obra conduz o leitor no mínimo à curiosidade, um bom começo para quem busca novos caminhos na área médica, diferentes do tradicional binômio terapia/medicamentos, para conquistar melhor qualidade de vida
domingo, 30 de novembro de 2008
Mulheres intuitivas e homens autistas
Mulheres intuitivas e homens autistas
DRAUZIO VARELLA
Em média, somos mais altos e mais musculosos do que as mulheres. Característico da maioria dos mamíferos, esse dimorfismo sexual é evidência indiscutível da seleção natural resultante da competição milenar entre os machos pela posse das fêmeas, sempre interessadas em se acasalar com os mais poderosos, capazes de proteger suas proles.
Nos últimos 50 anos, os neurocientistas têm demonstrado que o dimorfismo na espécie humana não se restringe à aparência física, mas está presente na configuração do cérebro.Apesar de variações individuais, o cérebro masculino é cerca de 9% maior do que o feminino, graças às dimensões da substância branca, uma vez que a quantidade de massa cinzenta (associada às funções cognitivas superiores) é semelhante em ambos os sexos. Por outro lado, o corpo caloso, estrutura que estabelece a conexão entre os hemisférios cerebrais direito e esquerdo, é proporcionalmente mais desenvolvido nas mulheres.
Os neurônios das mulheres parecem formar maior número de conexões (sinapses), essenciais do ponto de vista funcional, mas os homens têm em média 10 milhões a 20 milhões de neurônios a mais, e eles se encontram mais densamente empacotados na maior parte dos centros cerebrais.Antes que você, leitora feminista, tenha um ataque de nervos, vamos deixar claro que, até hoje, nenhum estudo científico conseguiu demonstrar superioridade dos quocientes médios de inteligência em qualquer dos sexos.
Tomadas em conjunto, essas informações apenas explicam porque nós demonstramos mais habilidade na realização de tarefas restritas a um único hemisfério cerebral, como interpretar mapas geográficos, encontrar saídas em labirintos, lidar com máquinas, ao passo que elas levam vantagem em atividades que se beneficiam das conexões entre os dois lados do cérebro: interpretação de emoções alheias, sensibilidade social, fluência verbal.
Enquanto as áreas cerebrais controladoras da linguagem masculina estão limitadas ao hemisfério cerebral esquerdo, a mulher utiliza os dois hemisférios ao falar. Graças a essa versatilidade, as meninas começam a falar mais cedo (e, segundo os maledicentes, não param mais) e se saem melhor nas atividades escolares que privilegiam a linguagem.Comparadas com os meninos, elas nascem com uma diferença de maturação cerebral de quatro semanas, diferença mantida de tal forma até a idade escolar que o doutor José Salomão Schwartzman, um dos neuropediatras brasileiros mais conceituados, considera erro grosseiro levar em conta apenas o critério de idade para misturar crianças de ambos os sexos na mesma sala de aula.
Dados experimentais demonstram que essas características sexuais estão ligadas a fatores biológicos. Ratos machos realizam com mais facilidade os testes para encontrar saídas de labirintos, vantagem perdida quando as fêmeas são tratadas com testosterona no período neonatal. Na infância, os machos de diversas espécies de macacos preferem brincar com carrinho, enquanto as fêmeas escolhem as bonecas.Em trabalho publicado em 2001, no qual bebês de um dia de vida foram colocados diante da face de uma pessoa e de um objeto mecânico móvel, ficou demonstrado que as meninas passam mais tempo a olhar para a face; os meninos, para o objeto.
O mecanismo responsável por essas diferenças corre por conta da exposição do sistema nervoso à ação da testosterona produzida pelos testículos durante a vida embrionária e neonatal. Meninas que nascem com hiperplasia adrenal congênita, condição genética em que ocorre aumento de produção de testosterona, exibem comportamento mais semelhante ao dos meninos.
É cada vez mais aceita na psicologia moderna a teoria da Empatia-Sistematização (E-S), segundo a qual os indivíduos podem ser classificados de acordo com sua maior habilidade de sistematizar ou estabelecer empatia. Sistematizar é a capacidade de analisar um sistema com o objetivo de prever seu o comportamento. Empatia é a capacidade de identificar estados mentais alheios e de responder a eles com a emoção mais apropriada.
A teoria E-S propõe que as diferenças psicológicas entre os sexos sejam definidas pelo diferencial entre as dimensões da empatia (E) e da sistematização (S), uma vez que prever comportamentos e emoções alheias não obedece às regras que regem sistemas mecânicos, nos quais a resposta a um mesmo estímulo é sempre previsível. O tipo psicológico ES é característico das mulheres; SE é mais encontrado nos homens.
De acordo com a teoria, o processo de masculinização cerebral, levado ao extremo, conduziria ao autismo, condição associada a comportamentos repetitivos, obsessão por sistemas previsíveis como decorar horários de trens e nomes de ruas, resistência às mudanças do ambiente, dificuldade de compreender metáforas, precocidade para decifrar funcionamento de máquinas e dificuldade de relacionamento afetivo.
O dimorfismo cerebral explica porque as mulheres tantas vezes nos surpreendem ao interpretar atitudes e prever intenções alheias e a habilidade demonstrada por elas na execução de tarefas simultâneas como dar banho nos filhos, falar ao telefone, avisar que a campainha está tocando e pedir para desligar o forno, enquanto dez homens na sala, assistindo ao futebol, perdem a concentração quando entra uma mulher para perguntar quem vai encomendar a pizza.
A discussão é ingrata e interminável, mas sempre é bom ler um artigo bem escrito como esse... (O original está em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2611200523.htm ).
domingo, 23 de novembro de 2008
Sono - Cérebro - Memória
O sono tem um papel importante na hora do cérebro selecionar o que a memória armazena e o que é esquecido, sugere um estudo realizado nos Estados Unidos.
Segundo a pesquisa da Universidade de Harvard e do Boston College, um período de sono ajuda o cérebro na hora de preservar as lembranças mais emocionais e “eliminar” aquelas mais neutras e menos significativas. “Para preservar o que considera mais importante, o cérebro faz uma troca, fortalecendo o foco da emoção e diminuindo o seu cenário neutro”, diz Jessica Payne, principal autora do estudo.
A pesquisa foi publicada na revista científica Psychological Science.
Teste de memória
Para chegar aos resultados, foram feitos testes com 88 estudantes universitários. Os pesquisadores mostraram aos participantes cenas que traziam objetos neutros em cenários neutros – um carro estacionado em frente a algumas lojas em uma rua – ou objetos com aparência negativa em um cenário comum – um carro estraçalhado estacionado em uma rua parecida.
Para avaliar o impacto do sono na seleção da memória, os pesquisadores dividiram os participantes em três grupos. O primeiro realizou um teste de memória depois de 12 horas acordados durante o dia; os estudantes do segundo grupo foram submetidos aos testes depois de 12 horas noturnas que incluíam o período normal de sono e o terceiro grupo fez o teste apenas 30 minutos depois de ver as imagens.
Os resultados sugerem que a maioria dos estudantes do grupo que fez o teste depois de 12 horas acordados não se lembrou do aspecto negativo das imagens e o esquecimento dos objetos centrais e neutros aconteceu no mesmo ritmo.
No entanto, entre os estudantes que fizeram o teste de memória depois de um período de sono, a maioria tinha lembrado dos objetos negativos e portanto, de maior impacto emocional, com detalhes. “Depois de uma noite de sono, os participantes lembraram dos objetos emocionais – o carro estraçalhado – com a mesma precisão do que aqueles que fizeram o teste 30 minutos depois de terem visto as imagens”, afirmou Elizabeth Kesinger, co-autora do estudo.
Além de guardar melhor as lembranças mais importantes, os estudantes que dormiram antes dos testes não haviam retido muitos detalhes sobre as cenas neutros, como os detalhes da rua em que o carro estava estacionado. Isso demonstraria que o sono ajuda na seleção das memórias.
Sono
“Dormir é um processo inteligente e sofisticado. É possível dizer que dormir é como trabalhar à noite para decidir que memórias devemos armazenar e quais devemos esquecer”, disse Payne.
A pesquisadora cita como exemplo dessa “troca” feita pelo cérebro o efeito conhecido como focagem de arma, no qual as testemunhas oculares de um crime conseguem lembrar com precisão detalhes da arma usada pelo criminoso, mas não se recordam de outros aspectos importantes da cena.
Segundo ela, o cérebro consegue “desatar” os componentes emocionais da memória durante o sono e esse “desligamento” permite ao cérebro fazer uma operação seletiva e armazenar apenas as informações que considera mais salientes e que devem ser lembradas.
Fonte: BBC Brasil.
domingo, 16 de novembro de 2008
Terapia para quem tem vício de comprar
Um hospital universitário alemão anunciou ter desenvolvido uma terapia bem sucedida para tratar pessoas viciadas em fazer compras.
Segundo o hospital da Universidade de Erlangen, no sudoeste da Alemanha, quase metade de um grupo de 60 pacientes tratados conseguiu controlar a compulsão excessiva para compras, mesmo seis meses após o fim do tratamento.
Foram tratados no hospital 51 mulheres e nove homens entre 20 e 61 anos.
Todos eles sofriam de oneomania (mania de comprar), a doença se caracteriza pela compulsão em comprar coisas desnecessárias em excesso e até repetidamente.
O ato de adquirir as mercadorias é acompanhado, então, de forte excitamento e sensação de felicidade, transformando-se, geralmente, em posterior arrependimento. O mal atinge, segundo sondagens, até um entre 12 cidadãos alemães.
Terapia
Durante a terapia, os participantes se reuniram em grupos semanalmente, para analisar seus comportamentos de consumo e trocar experiências entre si e com os terapeutas. As sessões, com duração de 90 minutos, foram realizadas durante 12 semanas.
“Analisamos os acessos de compras dos pacientes como que através de um microscópio”, diz a psicóloga Astrid Müller, diretora do projeto, inédito na Europa.
De acordo com a terapeuta, esse “consumo patológico” é, na maioria das vezes, acompanhado por outros problemas psíquicos, como depressão, ataque de ansiedade, alcoolismo ou disfunção alimentar.
“Embora entre 6% e 8% dos alemães tenham forte propensão à compra compulsória, o problema continua a ser ignorado”, diz Müller.
“Reorientação”
Estratégias individualmente elaboradas ou mudanças de hábitos, como leitura ou encontros com amigos, podem ajudar a evitar a compulsão para comprar, de acordo com a psicóloga.
“Mas o pensamento nas compras geralmente não pode ser esquecido”, afirma a diretora do estudo. Por isso, não é possível se falar em uma cura para a ânsia de consumir e sim em uma reorientação para as reais necessidades dos pacientes.
O importante, diz a psicóloga, é que a pessoa faça um protocolo de compras que ajude no autocontrole. Muitas vezes os pacientes têm que reaprender a lidar com dinheiro.
Estudos demonstram que o vício afeta pessoas sem distinção de classe social ou faixa de renda. Jovens parecem ser mais passíveis que os mais velhos, e mulheres mais que homens.
A compra compulsiva é conhecida desde o início do século passado, tendo sido descrita em 1909 pelo psiquiatra alemão Emil Kraeplin, que associou o mal a um grupo de distúrbios compulsivos incluindo a cleptomania (mania de furto) e a piromania (mania de brincar com fogos).
Até hoje, os poucos estudos controlados para tratamento da doença com medicamentos (antidepressivos, por exemplo) não tiveram sucesso comprovado.
Fonte: BBC Brasil.
domingo, 26 de outubro de 2008
Retardar os efeitos da idade - Mehmet Oz
A especialidade do cirurgião cardíaco turco e cidadão americano Mehmet Oz http://en.wikipedia.org/wiki/Mehmet_Oz, de 47 anos, é retardar ao máximo os efeitos da idade em seus pacientes. Diretor do Programa de Medicina Integrada da Universidade Colúmbia, em Nova York, ele é consultor da famosa clínica antienvelhecimento do médico Michael Roizen, criador do conceito de que é possível manter o organismo mais jovem do que aponta a idade cronológica. Oz e Roizen também assinam a quatro mãos uma série de livros de sucesso que ensinam como manter um estilo de vida que adia a velhice. O mais recente deles, You Staying Young (Você Sempre Jovem), lançado há um mês nos Estados Unidos, já vendeu meio milhão de exemplares. Nos últimos quatro anos, Oz se tornou uma celebridade ao participar de um quadro fixo no programa de TV da apresentadora Oprah Winfrey. Ele também apresenta documentários no Discovery Channel. Nos dois casos, dá dicas aos telespectadores sobre como viver mais com boa saúde. Esse é justamente o tema da entrevista que ele deu a VEJA.
BREVE BIOGRAFIA DO DR.OZ
Dr.Mehmet Oz nasceu em Cleveland, Ohio (EUA), dos pais turcos. Ele é casado e pai de quatro filhos. Ele se formou da Harvard Univesity em 1982, depois fez mestrado e MBA na Universidade de Pennsylvania.
Ele é autor de mais de 350 publicações e vários livros. Em maio de 2005 estava na lista de New York Times Bestseller. Alguns livros e publicações dele junto com o colega Michael F. Roizen são:
Veja - Existe uma fórmula para se manter jovem por mais tempo?
Oz - Sim. Há catorze agentes principais envolvidos no envelhecimento. Sete retardam o processo, como os antioxidantes, e sete nos enfraquecem, como a atrofia muscular. É preciso manter esses agentes sob controle. O primeiro passo para alcançar esse objetivo é pensar não na possibilidade de ficar doente, mas na necessidade de manter o organismo saudável. Deve-se tirar o foco da prevenção dos males e direcioná-lo para a preservação da saúde. Se ninguém mais morresse de câncer e de doenças cardiovasculares, a expectativa de vida média do ser humano subiria apenas nove anos. Isso mostra que, para aumentar consideravelmente a expectativa de vida, não basta evitar doenças. É preciso cuidar do corpo para que ele não enfraqueça. Quando uma pessoa envelhece, doenças potencialmente fatais, como o câncer e o infarto, não aparecem de imediato. Antes que elas se instalem, o corpo torna-se mais frágil e vulnerável.
Veja - O que fazer para evitar que o corpo se torne frágil e vulnerável?
Oz - Meu novo livro, You Staying Young (Você Sempre Jovem, ainda sem previsão de lançamento no Brasil), trata exatamente desse tema. Os exercícios físicos são uma ferramenta essencial. Eles combatem o primeiro sinal do envelhecimento, que é a perda de força muscular. Outros recursos importantes são alimentar-se bem e meditar. Uma boa recomendação é a prática do tai chi chuan, exercício oriental que combina equilíbrio, coordenação motora e também meditação. Se todos adotassem essas medidas, a vida média da população poderia subir para 110 anos. Quanto à alimentação, não podem faltar nutrientes como o resveratrol da uva e o licopeno do tomate, que são poderosos antioxidantes. O principal, mas também o mais difícil, é controlar a quantidade dos alimentos. De qualquer forma, todo mundo deve comer um pouco menos do que tem vontade.
Veja - Fazer várias pequenas refeições por dia, como recomendam alguns médicos, faz bem para a saúde?
Oz - Deve-se comer de três em três horas. Se o intervalo é maior, a taxa de hormônio grelina, que estimula a fome, começa a subir. O problema é que, após uma refeição, ainda demora trinta minutos para que a taxa desse hormônio volte a baixar. Em conseqüência disso, acaba-se comendo mais do que se deveria. O mais importante, além de comer alguma coisa a cada três horas, é trocar as refeições grandes por pequenas, intercaladas por lanchinhos. Esse conceito não foi criado por mim. É o que mostram as pesquisas científicas.
Veja - O que o senhor considera refeições grandes e pequenas?
Oz - Uma refeição grande ultrapassa 1 000 calorias. Uma pequena tem, no máximo, 500. Quem consome por volta de 2 000 calorias diárias pode fazer duas refeições de 300 calorias cada uma e outra maior, de até 800. Os lanchinhos podem ter até 250 calorias.
Veja - O que deve ficar de fora do cardápio?
Oz - Existe uma regrinha fácil de ser usada, a regra dos cinco. Para isso, é preciso examinar o rótulo dos alimentos. Cinco ingredientes não podem estar entre os primeiros listados no rótulo. São eles: gorduras saturadas, gorduras trans, açúcar simples, açúcar invertido e farinha de trigo enriquecida. Dois desses nutrientes são gorduras, dois são açúcares. Os dois tipos de gordura podem estimular processos inflamatórios no fígado que forçam a produção de substâncias deletérias, como o colesterol. Também fazem com que o fígado fique menos sensível à insulina, aumentando o risco de diabetes. Os açúcares listados fazem mal por estimular a produção de insulina, o que aumenta o depósito de gordura corporal. O pior é que esses cinco itens são os mais comuns nas dietas atuais.
Veja - O cardápio básico do brasileiro, composto de arroz, feijão, carne e salada, é saudável?
Oz - A princípio, sim. Esse cardápio contém exatamente os nutrientes para os quais a digestão humana está preparada. Mas os brasileiros comem carnes muito gordas, o que é errado.. Antigamente, no mundo inteiro, quando os métodos de criação do gado eram mais simples, a porcentagem de gordura dos melhores cortes da carne bovina era, em média, de 4%. Hoje é de 30%. Outro problema dos hábitos alimentares do brasileiro é que ele come arroz em excesso, o que não traz nenhum benefício. Melhor seria adotar o arroz integral. Os alimentos integrais têm mais fibras, o que os mantém mais tempo no intestino e diminui a absorção de açúcar pelo organismo. Uma vantagem dos brasileiros é ter à disposição enorme variedade de frutas e vegetais maravilhosos, por preço razoável.
Veja - Os hábitos que o senhor propõe para prolongar a vida são relativamente simples, mas exigem controle estrito sobre as atividades do dia-a-dia. Como exercer esse controle?
Oz - A palavra-chave é automatizar. Ou seja, fazer desses hábitos uma rotina, sem precisar pensar muito neles. Acordar, escovar os dentes e passar o fio dental, para reduzir a quantidade de bactérias prejudiciais à saúde. Beber muito líquido ao longo do dia, principalmente água e chá verde. Dormir ao menos sete horas por noite. Durante o sono se produz o hormônio do crescimento, essencial mesmo para quem já é adulto, pois prolonga a juventude. Caminhar meia hora por dia e praticar exercícios que façam suar três vezes por semana. Meditar cinco minutos diariamente, o que pode estar embutido na prática de ioga ou tai chi chuan. Evitar alimentos que estejam na regra dos cinco, que mencionei anteriormente. Uma última coisa: estreitar o relacionamento com as pessoas próximas e abster-se de julgá-las. Em vez de julgar os outros, é melhor tomar conta de si próprio.
Veja - Abster-se de julgar os outros ajuda a manter a juventude?
Oz - Sim, da mesma forma que resolver situações de conflito. O conflito não traz nada de positivo. É apenas desgastante. Costumo recomendar a meus pacientes que procurem as pessoas com quem mantêm uma relação de animosidade e tentem resolver o impasse. Essa é uma atitude para o bem-estar próprio. Não há nada de altruísta nela. É uma atitude egoísta.
Veja - O que o senhor acha das dietas para emagrecer que surgem e viram moda a cada seis meses?
Oz - Essas dietas fazem sucesso, mas são péssimas para a saúde. A alimentação não deve ser encarada como uma maratona para a perda de peso. Uma dieta que tenha como chamariz o emagrecimento rápido não é confiável. Comer menos do que o corpo necessita é uma agressão à fisiologia. Ou seja, aos processos químicos que fazem o organismo funcionar. Quando a fisiologia é desprezada, os resultados das dietas são transitórios.
Veja - Por que o senhor recomenda cuidados com o jantar?
Oz - Na verdade, há uma única regra a observar: deve-se jantar pelo menos três horas antes de dormir. Deitar logo após a refeição facilita o acúmulo de gordura, principalmente na cintura. Além disso, comer muito tarde prejudica o sono.
Veja - O senhor recomenda beber muita água durante o dia. Quanto se deve beber exatamente?
Oz - Deve-se beber uma quantidade suficiente para que a urina esteja sempre clara. Isso varia de um dia para o outro. Em dias quentes, sua-se muito e, por isso, é preciso beber mais água. Para quem não abre mão da cafeína, sugiro chá verde. Em lugar de quatro cafezinhos por dia, beba quatro copos de chá verde. Essa bebida concentra muitos antioxidantes e nutrientes bons para a saúde.
Veja - Muitos ambientalistas condenam o consumo de água engarrafada. Do ponto de vista da saúde, ela é melhor que a água da torneira?
Oz - Eu acho um erro beber água engarrafada. Há dois problemas principais com ela. O primeiro é que, se a garrafa plástica não for reciclada, pode contaminar os mares e os rios. Isso prejudica o meio ambiente e, indiretamente, a saúde. O plástico das embalagens vai parar nos peixes que comemos. O resultado é que 97% das pessoas apresentam resíduos de plástico no organismo, o que interfere no sistema hormonal. Esses resíduos estimulam os receptores de estrogênio, o hormônio feminino. Em excesso, o estrogênio pode causar câncer e outros problemas. As toxinas contidas no plástico também aceleram o envelhecimento. O segundo problema é que, como a água engarrafada não apresenta vantagens com relação à água da torneira, trata-se de um desperdício de dinheiro.
Veja - O senhor recomenda exercícios físicos que provoquem suor. Exercícios leves são inúteis?
Oz - Essas recomendações visam à saúde cardiovascular. Para essa finalidade, apenas os exercícios moderados ou intensos, que fazem suar, apresentam benefícios. Mas os exercícios suaves e de baixo impacto têm valor. Mesmo a caminhada movimenta grandes músculos, como os das coxas e dos quadris, que consomem muita energia. Como o gasto calórico muscular é maior durante o exercício, a queima de calorias aumenta.
Veja - Os suplementos vitamínicos são criticados em muitos estudos científicos. O que o senhor acha deles?
Oz - Eles são eficazes, mas prometem mais do que cumprem. Na verdade, os médicos saem da faculdade sem conhecimentos suficientes sobre os suplementos e são forçados a tirar suas próprias conclusões. De modo geral, uma suplementação só é necessária quando as vitaminas não são obtidas naturalmente com a alimentação. Por outro lado, acredito que determinadas vitaminas podem melhorar a qualidade de vida e a longevidade. Entre elas estão as vitaminas A, B, C, D e E, além de cálcio, magnésio, selênio e zinco. A vitamina D é importantíssima, pois previne câncer e osteoporose. Principalmente nos países mais frios, onde a exposição solar é restrita, os suplementos são essenciais.
Veja - Além dos procedimentos já descritos nesta entrevista, o que mais o senhor faz para adiar o envelhecimento?
Oz - Minha receita principal de juventude é brincar com meus filhos. Também procuro descobrir coisas novas todos os dias. Aprendo ao conversar com os outros e, apesar de ser muito assediado para responder a perguntas, por causa de minha atuação na TV, prefiro perguntar, saber como é a vida das pessoas, como elas trabalham. Isso faz minha mente exercitar-se.
Veja - Nos últimos anos, o aperfeiçoamento do tratamento clínico fez cair o número de cirurgias cardíacas. Essa é uma tendência em outras especialidades médicas além da cardiologia?
Oz - Sem dúvida. Os recursos clínicos tornaram-se mais eficazes tanto para a prevenção de doenças quanto para seu tratamento. Por isso, assim como na cardiologia, a cirurgia deixou de ser a primeira opção em outras áreas. Há poucos anos, quando o paciente machucava o joelho, ia direto para a sala de operação. Agora, ele vai para a sala de fisioterapia. Essa tendência também é evidente nos casos de diverticulite, uma inflamação do intestino, que passou a ser tratada com o consumo de fibras. O mesmo acontece com pacientes que apresentam doença arterial obstrutiva periférica. Antes eles iam para a faca. Agora, recebem como orientação deixar de fumar e caminhar. Mesmo que sintam dor num primeiro momento, essa é uma maneira de estimular o crescimento de novos vasos sanguíneos para substituir os danificados.
Veja - O senhor já esteve no Brasil. Como foi sua experiência no país?
Oz - Visitei o Brasil há muitos anos, quando ainda era estudante de medicina. Fui ao Rio de Janeiro e conheci o doutor Ivo Pitanguy. Também fiquei deslumbrado com as frutas brasileiras e com as lojas de sucos. Elas misturam frutas e outros vegetais, uma combinação pouco convencional. Conheci o açaí, que até hoje está no meu cardápio. Compro açaí
RECORDANDO AS MELHORES
josedemsimoes@oi.com.br
José de Mendonça Simões
Recife PE
Em uma nova aula sobre a biologia humana, a equipe por trás de Você: Manual do proprietário imprime sua marca com sabedoria e humor ao metabolismo dos alimentos e à nutrição.
Roizen e Oz nos oferecem extenso material - testes, curiosidades, destruidores de mitos, programas de exercícios e dietas, receitas e um programa de emagrecimento de duas semanas - tudo isso apresentado paulatinamente, dando aos leitores a chance de absorver e aplicar o que aprenderam. O autor trata de uma forma divertida um assunto extenso e massante, tornando a leitura muito agradável.
Editora: CAMPUS
ISBN: 8535222782
Livros publicados:
YOU: Staying Young: The Owner's Manual for Extending Your Warranty, by Michael F. Roizen, Mehmet Oz, 2007, ISBN 0743292561.
- YOU: On A Diet: The Owner's Manual for Waist Management, by Michael F. Roizen, Mehmet Oz, 2006, ISBN 0743292545.
- YOU: The Smart Patient: An Insider's Handbook for Getting the Best Treatment, by Michael F. Roizen, Mehmet Oz, 2006, ISBN 0743293010.
- YOU: The Owner's Manual: An Insider's Guide to the Body that Will Make You Healthier and Younger, by Michael F. Roizen, Mehmet Oz, 2005, ISBN 0060765313.
- Complementary and Alternative Cardiovascular Medicine: Clinical Handbook, by Richard A. Stein (Editor), Mehmet, M.D. Oz (Editor), 2004, ISBN 1588291863.
- Healing from the Heart: A Leading Surgeon Combines Eastern and Western Traditions to Create the Medicine of the Future, by Mehmet Oz, Ron Arias, Dean Ornish, 1999, ISBN 0452279550.
- Minimally Invasive Cardiac Surgery, 2003
- Numerous editorials in Newsweek, O Magazine, Esquire Magazine, and The New England Journal of Medicine