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sexta-feira, 13 de janeiro de 2006

O valor de um amigo

O Valor de um Amigo

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor
que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o
objecto dela se divida em outros afectos, enquanto o amor tem intrínseco o
ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os
meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até
mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida
depende de suas existências ...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o
quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo
esta crónica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e
não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de
como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio
vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e
se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles
morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela
vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao
meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo. Por vezes, mergulho
em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares
maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim,
compartilhando daquele prazer ...
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não
me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando
comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só
desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.

( Vinícius de Moraes )

quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

Paulo Coelho

A corrida de bicicleta
A vida é como uma grande corrida de bicicleta - cuja meta é cumprir a lenda Pessoal.
Na largada, estamos juntos - compartilhando camaradagem e entusiasmo. Mas, à medida que a corrida se desenvolve, a alegria inicial cede lugar aos verdadeiros desafios: o cansaço, a monotonia, as dúvidas sobre a própria capacidade.
Reparamos que alguns amigos desistiram do desafio - ainda estão correndo, mas apenas por que não podem parar no meio de uma estrada; eles são numerosos, pedalam ao lado do carro de apoio, conversam entre si, e cumprem uma obrigação.
Terminamos por nos distanciar deles; e então somos obrigados a enfrentar a solidão, as surpresas com as curvas desconhecidas, os problemas com a bicicleta. E, ao cabo de algum tempo, começamos a nos perguntar se vale a pena tanto esforço.
Sim, vale a pena. É só não desistir.
[Paulo Coelho]

Saudade -Fernando Pessoa

"Um dia a maioria de nós irá separar-se..

Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhamos.

Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim... do companheirismo
vivido.

Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso.

Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida.

Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe...nas cartas que trocaremos. Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices...

Aí, os dias vão passar, meses...anos... até este contacto se tornar cada vez mais raro.

Vamo-nos perder no tempo....

Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão:
«Quem são aquelas pessoas?»
Diremos...que eram nossos amigos e...... isso vai doer tanto!

«Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!»

A saudade vai apertar bem dentro do peito.

Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vezes novamente......

Quando o nosso grupo estiver incompleto... reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo. E, entre lágrima abraçar-nos-emos.

Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante.

Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado.

E perder-nos-emos no tempo......

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades....

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus
amigos!"
Fernando Pessoa

quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

Generosidade

A generosidade é, obrigatoriamente, uma medalha de duas faces:
a disponibilidade de dar e a disponibilidade de receber.

Maria Magdalena Lana Gastelois

sexta-feira, 6 de janeiro de 2006

Newsletter Semanal do Cienciapt.NET

ScienceFunding - Financiamento

Integrated risk-based management of the water-sediment-soil system at river-basin scale
Prazo: 03 Novembro 2005 a 02 de Março de 2006 às 17 horas (hora de Bruxelas)

Flash-flood forecasting
Prazo: 03 Novembro 2005 a 02 de Março de 2006 às 17 horas (hora de Bruxelas)

Global Water Cycle, Water Resources and Droughts
Prazo:
03 Novembro 2005 a 02 de Março de 2006 às 17 horas (hora de Bruxelas)


ScienceEvents - A não perder

Colóquio A Exploração do Espaço: Sonda "New Horizons" visita Plutão
11 de Janeiro de 2006

Jornadas InterDisciplinares da ESSA
13 a 14 de Janeiro de 2006

Combater os estrangulamentos do Comércio e do Negócio Electrónicos em Portugal
18 de Janeiro de 2006



ScienceNews - As notícias mais importantes

INEGI desenvolve projecto SimCable na área da indústria automóvel
Em conjunto com a FICOSA Internacional, a Unidade de Tribologia, Vibrações e Manutenção Industrial (CETRIB), do INEGI, desenvolveu um modelo de simulação para comportamento mecânico de cabos usados na indústria automóvel, o SimCable.

Electricidade muito mais cara
A inflação vai deixar de limitar os aumentos da electricidade, notícia hoje a Rádio Renascença (RR). A Entidade Reguladora de Sector Energético (ERSE) reafirma que as subidas de preço irão apenas afectar os consumidores domésticos e deixam de estar limitadas pela inflação. Para os grandes consumidores, o limite passa a ser de 4,1 por cento.

UMinho transmite ópera através da Internet
A Universidade do Minho (UMinho) vai dar continuidade, em 2006, ao projecto _Opera Aberta_, que emite em directo e através da Internet, várias óperas que decorrem no Gran Teatro Liceo de Barcelona. É já amanhã, 11 de Janeiro, que é transmitida a ópera _Wozzeck_, de Alban Berg, que tem início às 19 horas, no anfiteatro B1, Campus de Gualtar, em Braga.


e.Ciência - A Revista de Ciência, Tecnologia e Inovação em Português

Edição de 12 de Janeiro

- Dossier - A Caminho de Plutão;

- Especial - Titã: a maior lua de Saturno;

- Entrevista - Miguel Avillez, Presidente da Sociedade Portuguesa de Astronomia;

- Opinião - João Lin Yun, Professor do Departamento de Física da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e Director do Observatório Astronómico de Lisboa;
Pedro Manuel Augusto, Professor Auxiliar no Departamento de Matemática e Engenharia da Universidade da Madeira (UMa)




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Encante-se!

Texto entregue aos alunos da Universidade Senior
Encante-se!!
Você já se encantou alguma vez com coisas simples?
Com a água que cai, límpida e transparente, tocando sua pele com carinho, deixando-a aveludada e perfumada...
Com a planta de mil folhas, onde se escondem os vasos condutores da seiva, nos traços mais perfeitos...
Com o mar, na sua imensidão, suas tonalidades esverdeadas e a luz beijando a superfície no vai-e-vem...
Com o insecto minúsculo, camuflando o seu pequeno sistema de vida, com asas desenhadas pelo pintor perfeito...
Com o sol longínquo, a abraçar seu corpo ofertando poderosa energia em toda a extensão...
Com a inocência da criança, que acredita que o mundo já é perfeito, distribuindo o sorriso sincero e a confiança permanente...
Com a fidelidade dos animais domésticos...
Com a diversidade de raças, rostos e cores que dão vida ao planeta...
Com as cores do arco-íris que se confundem e ao mesmo tempo são distintas...
Com a risada sincera e desembaraçada que limpa a alma e o coração...
Com os alimentos, na sua multiplicidade de cores e sabores que saciam a fome e mantêm as energias das células, sustentando a vida...
Com as montanhas, em múltiplas e sucessivas camadas, sumindo no horizonte...
Com a alegria que brota dos corações, entre amigos sinceros...
Com a inteligência dos homens, que a cada segundo é superada por novas e úteis descobertas...
Com o poder do pensamento, que transforma tudo em realidade...
Enfim
, você já se encantou alguma vez com coisas simples como um gesto sincero, sem disfarce?
Com o olhar seguro, sem desvio?
Com o toque suave, com energia?
Com o pensamento puro, sem hipocrisia?
Não precisa muito esforço para perceber essas belezas com que a natureza enfeita nossos caminhos diários.
Vale a pena se deixar encantar com as coisas simples que estão ao nosso redor...

Pense nisso e aproveite as oportunidades!!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2006

Receita de Ano Novo

Receita de Ano Novo

Para você ganhar um belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanhe ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de Janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade