Durante muito tempo, a grande maioria das pessoas foi influenciada a pensar e agir de acordo com o paradigma cartesiano, com bases no raciocínio lógico e linear deixando de lado as suas emoções, intuição, criatividade, capacidade de ousar soluções diferentes.
António Damásio, respeitado e premiado neurologista português, radicado nos Estados Unidos e com muitos trabalhos publicados, entre os quais o livro O erro de Descartes, afirma que “o ponto de partida da ciência e da filosofia deve ser anti-cartesiano: "existo (e sinto), logo penso”.
Se utilizarmos mais o hemisfério esquerdo, que é considerado racional, deixamos de usufruir dos benefícios guardados no hemisfério direito, como a imaginação, visualização criativa, serenidade, visão global, capacidade de síntese, facilidade de memorizar, dentre outros.
Na verdade, exercitar o hemisfério direito é muito mais simples do que se imagina. Podemos lançar mão de técnicas variadas para estimular o hemisfério direito do cérebro e procurar a integração entre os dois hemisférios, equilibrando o uso das nossas potencialidades. O nosso cérebro regula as suas actividades através de ondas eléctricas que emitem minúsculos impulsos electroquímicos de variadas frequências e são conhecidas como:
Beta, emitidas quando estamos com a mente consciente e alerta. Aumentam a frequência quando nos sentimos agitados, tensos, ansiosos, com medo ou sob stress. A frequência varia de 13 a 60 pulsações por segundo (PPS) na escala Hertz;
Alfa, quando nos encontramos em estado de relaxamento físico e mental, embora conscientes do que ocorre à nossa volta, sendo a frequência em torno de 7 a 13 (PPS);
Teta, mais ou menos de 4 a 7 (PPS), é um estado de sonolência com reduzida consciência; e
Delta, quando há inconsciência ou sono profundo emitindo entre 0,1 e 4 (PPS).
Geralmente costumamos usar o ritmo cerebral Beta. Quando diminuímos o ritmo cerebral para Alfa, colocamo-nos na condição ideal para encontrarmos solução criativa para problemas, aprendermos novas informações, guardarmos dados, elaborarmos trabalhos difíceis, aprendermos idiomas, analisarmos situações complexas.
Exercícios de relaxamento, actividades que proporcionem sensação de calma, música do estilo “new age”, o silêncio interior e exterior, os exercícios de desenho, técnicas da criatividade são recursos que têm sido fortes aliados na conquista dessa riqueza interior que possuímos sim mas que não tínhamos conhecimento dela e portanto não fazíamos bom uso dela.
O simples uso de música apropriada diminui o ritmo cerebral e também contribui para que haja equilíbrio no uso dos hemisférios cerebrais. Não precisa procurar músicas muito específicas, aquelas músicas para relaxamento, como as “new age”, surtem os mesmos efeitos.
Qualquer “enfermidade emocional” desafina o nosso Sistema Nervoso Central e a música é útil porque “afina” o SNC e colabora para o equilíbrio do organismo. As ondas sonoras são captadas pelo pavilhão auricular e chegam ao conduto auditivo e ao tímpano. As vibrações atingem o ouvido médio, onde são convertidas em impulsos nervosos. Esses impulsos viajam até o cérebro pelo nervo auditivo e são interpretados por células nervosas como SOM POSITIVO.
Na Grécia Antiga a flauta do Semideus Pã ficou famosa não só por encantar as pessoas como também porque eliminava os maus sentimentos acumulados no organismo.
A criatividade é estimulada pela música e nos conduz a um estado alterado de consciência que facilita a gestão emocional.