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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
Escutatória
Escutatória - Rubem Alves
Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil.
Diz Alberto Caeiro que... Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma. Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas.
Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.
Parafraseio o Alberto Caeiro: Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma. Daí a dificuldade: A gente não aguenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor... Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração... E precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.
Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade. No fundo, somos os mais bonitos...
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua experiência com os índios: Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. Vejam a semelhança...
Os pianistas, por exemplo, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam em silêncio...Abrindo vazios de silêncio... Expulsando todas as idéias estranhas. Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio.
Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos... Pensamentos que ele julgava essenciais. São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou.
Se eu falar logo a seguir... São duas as possibilidades.
Primeira: Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado.
Segunda: Ouvi o que você falou. Mas, isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.
Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.
O longo silêncio quer dizer: Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.
E, assim vai a reunião. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir.
Fernando Pessoa conhecia a experiência...
E, se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras... No lugar onde não há palavras. A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa.
No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia... Que de tão linda nos faz chorar.
Para mim, Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: A beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.
Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil.
Diz Alberto Caeiro que... Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma. Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas.
Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.
Parafraseio o Alberto Caeiro: Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma. Daí a dificuldade: A gente não aguenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor... Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração... E precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.
Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade. No fundo, somos os mais bonitos...
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua experiência com os índios: Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. Vejam a semelhança...
Os pianistas, por exemplo, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam em silêncio...Abrindo vazios de silêncio... Expulsando todas as idéias estranhas. Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio.
Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos... Pensamentos que ele julgava essenciais. São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou.
Se eu falar logo a seguir... São duas as possibilidades.
Primeira: Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado.
Segunda: Ouvi o que você falou. Mas, isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.
Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.
O longo silêncio quer dizer: Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.
E, assim vai a reunião. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir.
Fernando Pessoa conhecia a experiência...
E, se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras... No lugar onde não há palavras. A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa.
No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia... Que de tão linda nos faz chorar.
Para mim, Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: A beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.
domingo, 22 de dezembro de 2013
As moscas e a teimosia
Contam que certa vez duas moscas caíram num copo de leite.
A primeira era forte e valente, assim logo ao cair nadou até a borda do copo, mas como a superfície era muito lisa e ela tinha suas asas molhadas, não conseguiu sair.
Acreditando que não havia saída, a mosca desanimou, parou de nadar e de se debater e afundou. Sua companheira de infortúnio, apesar de não ser tão forte era tenaz, continuou a se debater a se debater e a se debater por tanto tempo, que, aos poucos o leite ao seu redor, com toda aquela agitação, foi se transformando e formou um pequeno nódulo de manteiga, onde a mosca conseguiu, com muito esforço, subir e dali levantar voo para algum lugar seguro.
Durante anos, ouvi esta primeira parte da história como um elogio à persistência, que, sem dúvida, é um hábito que nos leva ao sucesso, no entanto...
Tempos depois a mosca, por descuido ou acidente, novamente caiu no copo.
Como já havia aprendido em sua experiência anterior, começou a se debater, na esperança de que, no devido tempo, se salvaria.
Outra mosca, passando por ali e vendo a aflição da companheira de espécie, pousou na beira do copo e gritou: "Tem um canudo ali, nade até lá e suba pelo canudo".
A mosca tenaz não lhe deu ouvidos, baseando-se na sua experiência anterior de sucesso, continuou a se debater e a se debater, até que, exausta afundou no copo cheio ... de água.
A primeira era forte e valente, assim logo ao cair nadou até a borda do copo, mas como a superfície era muito lisa e ela tinha suas asas molhadas, não conseguiu sair.
Acreditando que não havia saída, a mosca desanimou, parou de nadar e de se debater e afundou. Sua companheira de infortúnio, apesar de não ser tão forte era tenaz, continuou a se debater a se debater e a se debater por tanto tempo, que, aos poucos o leite ao seu redor, com toda aquela agitação, foi se transformando e formou um pequeno nódulo de manteiga, onde a mosca conseguiu, com muito esforço, subir e dali levantar voo para algum lugar seguro.
Durante anos, ouvi esta primeira parte da história como um elogio à persistência, que, sem dúvida, é um hábito que nos leva ao sucesso, no entanto...
Tempos depois a mosca, por descuido ou acidente, novamente caiu no copo.
Como já havia aprendido em sua experiência anterior, começou a se debater, na esperança de que, no devido tempo, se salvaria.
Outra mosca, passando por ali e vendo a aflição da companheira de espécie, pousou na beira do copo e gritou: "Tem um canudo ali, nade até lá e suba pelo canudo".
A mosca tenaz não lhe deu ouvidos, baseando-se na sua experiência anterior de sucesso, continuou a se debater e a se debater, até que, exausta afundou no copo cheio ... de água.
Mentes Ansiosas - psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva
Em Mentes Ansiosas – Medo e ansiedade além dos limites, a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva -
autora de Mentes Perigosas, Mentes e Manias, Bullying – Mentes Perigosas na Escola e Mentes Inquietas -
fala sobre os transtornos causados pelo medo e a ansiedade.
A diferença entre os dois sentimentos e como eles podem dominar a vida das pessoas são algumas das questões pelo livro.
"Até que ponto o medo é necessário para a nossa sobrevivência?
Qual a dose de medo saudável? Quando o medo vira uma doença?".
A partir destes questionamentos sobre um sentimento comum a todos os seres humanos, independente da idade ou da posição social, autora inicia o livro em busca de respostas, com base em sua experiência clínica.
Segundo estudos internacionais, os transtornos relacionados à ansiedade afetam entre 15 e 25% da população.
Isso significa que, num grupo de cinco pessoas, é bem provável que uma sofra de síndrome do pânico, estresse pós-traumático, ansiedade crônica, fobias ou TOC.
Todos esses distúrbios estão relacionados a níveis patológicos de angústia e preocupação - quando o medo e a ansiedade em excesso trazem prejuízos expressivos ao indivíduo.
Conforme estabelece a Associação de Psiquiatria Americana, os transtornos de ansiedade podem aparecer de diversas formas e com diferentes graus de intensidade:
1 - Súbitos ataques de pânico, que podem evoluir para o transtorno do pânico.
2 - Fobia social ou timidez patológica, na qual as pessoas percebem ameaças potenciais em situações sociais e em exposição ao público.
3 - Medos diversos ou fobias simples, cuja ameaça provém de estímulos bem específicos (animais, lugares fechados, chuvas, avião, etc.)
4 - Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), quando se vive experiências traumáticas significativas (seqüestros, perdas de entes queridos, acidentes, etc.)
5 - Transtorno de ansiedade generalizada (TAG), que se caracteriza por um estado permanente de ansiedade, sem qualquer associação direta com situações ou objetos específicos
6 - Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), no qual a mente é invadida por pensamentos intrusivos e sempre de conteúdo ruim (obsessões), que desencadeiam rituais repetitivos e exaustivos (compulsões), na tentativa de exorcizar tais ideias.
Mentes Ansiosas oferece explicações claras sobre o que acontece quando a ansiedade e o medo extrapolam os limites da normalidade e como é possível superar os distúrbios, além de trazer ferramentas para a compreensão das origens da ansiedade e do medo e para o enfrentamento do que pode vir a ser o maior inimigo de muitos indivíduos: as preocupações incessantes que teimam em assolar a mente humana
autora de Mentes Perigosas, Mentes e Manias, Bullying – Mentes Perigosas na Escola e Mentes Inquietas -
fala sobre os transtornos causados pelo medo e a ansiedade.
A diferença entre os dois sentimentos e como eles podem dominar a vida das pessoas são algumas das questões pelo livro.
"Até que ponto o medo é necessário para a nossa sobrevivência?
Qual a dose de medo saudável? Quando o medo vira uma doença?".
A partir destes questionamentos sobre um sentimento comum a todos os seres humanos, independente da idade ou da posição social, autora inicia o livro em busca de respostas, com base em sua experiência clínica.
Segundo estudos internacionais, os transtornos relacionados à ansiedade afetam entre 15 e 25% da população.
Isso significa que, num grupo de cinco pessoas, é bem provável que uma sofra de síndrome do pânico, estresse pós-traumático, ansiedade crônica, fobias ou TOC.
Todos esses distúrbios estão relacionados a níveis patológicos de angústia e preocupação - quando o medo e a ansiedade em excesso trazem prejuízos expressivos ao indivíduo.
Conforme estabelece a Associação de Psiquiatria Americana, os transtornos de ansiedade podem aparecer de diversas formas e com diferentes graus de intensidade:
1 - Súbitos ataques de pânico, que podem evoluir para o transtorno do pânico.
2 - Fobia social ou timidez patológica, na qual as pessoas percebem ameaças potenciais em situações sociais e em exposição ao público.
3 - Medos diversos ou fobias simples, cuja ameaça provém de estímulos bem específicos (animais, lugares fechados, chuvas, avião, etc.)
4 - Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), quando se vive experiências traumáticas significativas (seqüestros, perdas de entes queridos, acidentes, etc.)
5 - Transtorno de ansiedade generalizada (TAG), que se caracteriza por um estado permanente de ansiedade, sem qualquer associação direta com situações ou objetos específicos
6 - Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), no qual a mente é invadida por pensamentos intrusivos e sempre de conteúdo ruim (obsessões), que desencadeiam rituais repetitivos e exaustivos (compulsões), na tentativa de exorcizar tais ideias.
Mentes Ansiosas oferece explicações claras sobre o que acontece quando a ansiedade e o medo extrapolam os limites da normalidade e como é possível superar os distúrbios, além de trazer ferramentas para a compreensão das origens da ansiedade e do medo e para o enfrentamento do que pode vir a ser o maior inimigo de muitos indivíduos: as preocupações incessantes que teimam em assolar a mente humana
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
A Paz e a consciência tranquila
A Paz
Certa vez houve um concurso de pintura e o primeiro lugar seria dado ao quadro que melhor representasse a paz.
Ficaram, dentre muitos, três finalistas igualmente empatados.
O primeiro retratava uma imensa pastagem com lindas flores e borboletas que bailavam no ar acariciadas por uma brisa suave.
O segundo mostrava pássaros a voar sob nuvens brancas como a neve em meio ao azul anil do céu.
O terceiro mostrava um grande rochedo sendo açoitado pela violência das ondas do mar em meio a uma tempestade estrondosa e cheia de relâmpagos.
Mas para surpresa e espanto dos finalistas, o escolhido foi o terceiro quadro, o que retratava a violência das ondas contra o rochedo.
Indignados, os dois pintores que não foram escolhidos, questionaram o juiz que deu o voto de desempate:
- Como este quadro tão violento pode representar a paz, Sr. Juiz?
E o juiz, com uma serenidade muito grande no olhar, disse
- Vocês repararam que em meio à violência das ondas e à tempestade há, numa das fendas do rochedo, um passarinho com seus filhotes dormindo tranquilamente?
E os pintores sem entender responderam:
- Sim, mas... - antes que eles concluíssem a frase, o juiz ponderou
- Caros amigos, a verdadeira paz é aquela que mesmo nos momentos mais difíceis nos permite repousar tranqüilos.
Talvez muitas pessoas não consigam entender como pode reinar a paz em meio à tempestade, mas não é tão difícil de compreender.
Considerando que a paz é um estado de espírito podemos concluir que, se a consciência está tranqüila, tudo à volta pode estar em revolução que conseguiremos manter nossa serenidade.
Fazendo uma comparação com o quadro vencedor, poderíamos dizer que o ninho do pássaro que repousava serenamente com seus filhotes, representa a nossa consciência.
A consciência é um refúgio seguro, quando nada tem que nos reprove.
E também pode acontecer o contrário: tudo à volta pode estar tranquilo e nossa consciência arder em chamas.
A consciência, portanto, é um tribunal implacável, do qual não conseguiremos fugir, porque está em nós.
É ela que nos dará possibilidades de permanecer em harmonia íntima, mesmo que tudo à volta ameace desmoronar, ou acuse sinais de perigo solicitando correção.
Sendo assim, a paz não será implantada por decretos nem por ordens exteriores, mas será a conquista individual de cada ser dentro de sua própria intimidade.
Certa vez houve um concurso de pintura e o primeiro lugar seria dado ao quadro que melhor representasse a paz.
Ficaram, dentre muitos, três finalistas igualmente empatados.
O primeiro retratava uma imensa pastagem com lindas flores e borboletas que bailavam no ar acariciadas por uma brisa suave.
O segundo mostrava pássaros a voar sob nuvens brancas como a neve em meio ao azul anil do céu.
O terceiro mostrava um grande rochedo sendo açoitado pela violência das ondas do mar em meio a uma tempestade estrondosa e cheia de relâmpagos.
Mas para surpresa e espanto dos finalistas, o escolhido foi o terceiro quadro, o que retratava a violência das ondas contra o rochedo.
Indignados, os dois pintores que não foram escolhidos, questionaram o juiz que deu o voto de desempate:
- Como este quadro tão violento pode representar a paz, Sr. Juiz?
E o juiz, com uma serenidade muito grande no olhar, disse
- Vocês repararam que em meio à violência das ondas e à tempestade há, numa das fendas do rochedo, um passarinho com seus filhotes dormindo tranquilamente?
E os pintores sem entender responderam:
- Sim, mas... - antes que eles concluíssem a frase, o juiz ponderou
- Caros amigos, a verdadeira paz é aquela que mesmo nos momentos mais difíceis nos permite repousar tranqüilos.
Talvez muitas pessoas não consigam entender como pode reinar a paz em meio à tempestade, mas não é tão difícil de compreender.
Considerando que a paz é um estado de espírito podemos concluir que, se a consciência está tranqüila, tudo à volta pode estar em revolução que conseguiremos manter nossa serenidade.
Fazendo uma comparação com o quadro vencedor, poderíamos dizer que o ninho do pássaro que repousava serenamente com seus filhotes, representa a nossa consciência.
A consciência é um refúgio seguro, quando nada tem que nos reprove.
E também pode acontecer o contrário: tudo à volta pode estar tranquilo e nossa consciência arder em chamas.
A consciência, portanto, é um tribunal implacável, do qual não conseguiremos fugir, porque está em nós.
É ela que nos dará possibilidades de permanecer em harmonia íntima, mesmo que tudo à volta ameace desmoronar, ou acuse sinais de perigo solicitando correção.
Sendo assim, a paz não será implantada por decretos nem por ordens exteriores, mas será a conquista individual de cada ser dentro de sua própria intimidade.
sábado, 14 de dezembro de 2013
Os 3 filtros
Certo dia, o grande filósofo Sócrates se encontrou com um conhecido que lhe disse:
- Sócrates, sabe o que acabo de ouvir sobre um de seus alunos?
- Um momento, respondeu Sócrates. Antes de me dizer, gostaria que você passasse por um pequeno teste.
Chama-se "Teste dos 3 filtros".
- Três filtros? - Sim, continuou Sócrates.
Antes de me contar o que quer que seja sobre o meu aluno, é bom pensar um pouco e filtrar o que vais me dizer.
O primeiro filtro é o da Verdade. Estás completamente seguro de que o que me vai dizer é verdade? - Bem... Acabo de saber...
- Então, sem saber se é verdade, ainda assim quer me contar?
Vamos ao segundo filtro, que é o da Bondade.
Quer me contar algo de bom sobre meu aluno?
- Não, pelo contrário.
- Então, interrompeu Sócrates, queres me contar algo de ruim sobre ele, que não sabes se é verdade!
Ora veja! Ainda podes passar no teste, pois ainda resta o terceiro filtro, que é o da Utilidade.
O que queres me contar vai ser útil para mim ou para ele?
- Acho que não muito.
- Portanto, concluiu Sócrates, se o que você quer me contar pode não ser verdade, não ser bom e não ser útil, então para que contar?
E eu completo: Para que ouvir?
- Sócrates, sabe o que acabo de ouvir sobre um de seus alunos?
- Um momento, respondeu Sócrates. Antes de me dizer, gostaria que você passasse por um pequeno teste.
Chama-se "Teste dos 3 filtros".
- Três filtros? - Sim, continuou Sócrates.
Antes de me contar o que quer que seja sobre o meu aluno, é bom pensar um pouco e filtrar o que vais me dizer.
O primeiro filtro é o da Verdade. Estás completamente seguro de que o que me vai dizer é verdade? - Bem... Acabo de saber...
- Então, sem saber se é verdade, ainda assim quer me contar?
Vamos ao segundo filtro, que é o da Bondade.
Quer me contar algo de bom sobre meu aluno?
- Não, pelo contrário.
- Então, interrompeu Sócrates, queres me contar algo de ruim sobre ele, que não sabes se é verdade!
Ora veja! Ainda podes passar no teste, pois ainda resta o terceiro filtro, que é o da Utilidade.
O que queres me contar vai ser útil para mim ou para ele?
- Acho que não muito.
- Portanto, concluiu Sócrates, se o que você quer me contar pode não ser verdade, não ser bom e não ser útil, então para que contar?
E eu completo: Para que ouvir?
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
Sistema cardiovascular - uma obra de arte dentro de cada corpo
http://www.thevisualmd.com/health_centers/cardiovascular_health/cardiovascular_continuum
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