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segunda-feira, 13 de março de 2006

domingo, 12 de março de 2006

Crise x Imaginação

O BOM USO DA IMAGINAÇÃO

Um cão, perdido na selva, vê um tigre correndo na sua direcção.

Vê uns ossos no chão e se põe a mordê-los.
Então, quando o tigre está a ponto de atacá-lo, o cão diz:

- Ah, que delícia este tigre que acabo de comer!

O tigre pára bruscamente e sai apavorado correndo do cão, e no caminho vai pensando:

"Que cão bravo! Por pouco não come a mim também!"

Um macaco, que havia visto a cena, sai correndo atrás do tigre e conta como ele havia sido enganado.

O tigre, furioso, diz:

- Este cão vai me pagar!

O cão vê que o tigre vem atrás dele novamente e desta vez traz o macaco montado nas suas costas, e pensa: - "Ah, macaco traidor!

O que faço agora?", pensou o cão. Em vez de sair correndo, ele ficou de costas, como se não estivesse vendo nada. Quando o tigre está a ponto de atacá-lo de novo, o cachorrinho diz:

- Macaco preguiçoso! - Faz meia hora que eu o mandei me trazer um outro tigre e ele ainda não voltou!

"EM MOMENTOS DE CRISE, SÓ A IMAGINAÇÃO
É MAIS IMPORTANTE QUE O CONHECIMENTO."

Albert Einstein

Reflexão "Escutar"

Já aprendemos que além de ouvir, devemos "escutar". Agora já podemos avançar para a próxima fase: Para compreender melhor as pessoas, é necessário fazer um pequeno esforço no sentido de tentar "escutar" o que elas não estão conseguindo dizer e o que talvez nunca venham a dizer. Angela Escada

Auto-estima da Mulher..."I"migrante...Angolana...enfim todas!

Para lembrar o dia 8 de Março - Dia Internacional da Mulher, com o apoio da N’GOLA – Associação Portugal-Angola e da Associação da Mulher Migrante Angolana, e do Consulado Geral de Angola, no Salão Nobre da Junta de Freguesia de Sto. Ildefonso no dia 11 de Março pelas 14.30, foram homenageadas as Mulheres que habitam no Porto, Grande Porto...

exemplo de anos anteriores, organizamos esse convívio para o qual são convidadas todas as Mulheres das comunidades portuguesa e estrangeiras que se apresentarão com os trajes tradicionais do país de origem.

Do programa, constou um ciclo de palestras de interesse feminino, Auto-estima da Mulher por Angela Escada e a Saúde da Mulher pela Drª Manuela Ceita, seguido de debate, um momento de música e poesia feito por homens, que assim homenagearam a Mulher.

Finalizamos com um “Cocktail” constituído por gastronomia típica e convívio.

Foram convidadas artistas dos países participantes a contribuírem com uma obra para a uma exposição colectiva de pintura.

Recordar é viver

http://www.misteriojuvenil.com/piratas_momentomagico.htm

sexta-feira, 10 de março de 2006

Conversas de Mulher


Raquel Regadas - Gabinete de Psicologia Unipessoal, Lda , em parceria com a Raridade Unipessoal Lda (Dra Ângela Escada) vêm, deste modo, convidá-la a participar numa iniciativa no próximo dia 9 de Março de 2006

A OFICINA DA MULHER

Das 21h30 até agora…entre um café, um chá e umas bolachas…ficamos conversar um pouco sobre o autoconhecimento; as relações sociais, profissionais e familiares saudáveis; a conquista da qualidade de vida, as nossas potencialidades, talentos…
Foi muito gostoso estar com todas vocês nesta noite. Obrigada pela companhia e pela conversa!!!
Um abraceijo,
Angela Escada

quinta-feira, 9 de março de 2006

As mulheres da minha geração

As mulheres da minha geração


escrito por Santiago Gamboa
Tradução livre de Luiz Augusto Michelazzo


É o único tema em que sou radical e intolerante, no qual não escuto argumentações:
As mulheres da minha geração são as melhores e ponto.

Hoje têm quarenta e muitos, inclusive cinqüenta e tal , e são belas, muito belas, porém também serenas, compreensivas, sensatas e sobretudo diabolicamente sedutoras, isto, apesar dos seus incipientes pés-de-galinha ou desta afetuosa celulite que capitoneam suas coxas, mas que as fazem tão humanas, tão reais.Formosamente reais.
Quase todas, hoje, estão casadas ou divorciadas, ou divorciados e recasadas, com a intenção de não se equivocar no segundo intento, que às vezes é um modo de acercar-se do terceiro e do quarta intento.Que importa?
Outras, ainda que poucas, mantém um pertinaz celibatarismo e o protegem como a uma fortaleza sitiada que, de qualquer modo, de vez em quando abre suas portas a algum visitante.Que belas são, por Deus, as mulheres da minha geração!

Nascidas sob a era de Aquário, com a influência da música dos Beatles, de Bob Dylan,

de Lou Reed, do melhor cinema de Kubrick e do início do boom latino-americano, são seres excepcionais.
Herdeiras da revolução sexual da década de 60 e das correntes feministas,

que entretanto receberam passadas por vários filtros, elas souberam combinar liberdade com coqueteria,

emancipação com paixão, reivindicação com sedução.

Jamais viram no homem um inimigo, apesar de que lhe cantaram umas quantas verdades,

pois compreenderam que se emancipar era algo mais que colocar o homem para esfregar o banheiro

ou trocar o rolo de papel higiênico, quando este tragicamente se acaba,

e decidiram pactuar para viver em dupla, essa forma de convivência que tanto se critica,

porém, que com o tempo, resulta ser a única possível, ou a melhor, ao menos neste mundo e nesta vida.

São maravilhosas e têm estilo, mesmo quando nos fazem sofrer, quando nos enganam ou nos deixam.

Usaram saias indianas aos 18 anos, enfeitaram-se com colares andinos,

cobriram-se com suéteres de lã e perderam sua parecença com Maria, a Virgem,

em uma noite louca de sexta-feira ou de sábado, depois de dançar El raton,

com algum amigo que lhes falou de Kafka, de Gurdjieff e do cinema de Bergman.
No fundo de suas mochilas havia pacotes de Pielroja, livros de Simone de Beauvoir e

fitas de Victor Jara, e ao deixar-nos, quando não havia mais remédio senão deixar-nos,

dedicavam-nos aquela canção de Héctor Lavoe,que é ao mesmo tempo um clássico do

jornalismo e do despeito, e que se chama.Teu amor é um jornal de ontem.

Falaram com paixão de política e quiseram mudar o mundo, beberam rum cubano e

aprenderam de cor canções de Silvio Rodriguez e Pablo Milanez,

conheceram os sítios arqueológicos, foram com seus namorados às praias,
dormindo em barracas e deixando-se picar pelos pernilongos, porque adoravam a liberdade e,

sobretudo, juraram amar-nos por toda a vida, algo que sem dúvida fizeram e que hoje continuam

fazendo na sua formosa e sedutora madurez.

Souberam ser, apesar da sua beleza, rainhas bem educadas, pouco caprichosas ou egoístas.
Deusas com sangue humano.O tipo de mulher que, quando lhe abrem a porta do carro para que suba,

se inclina sobre o assento e, por sua vez, abre a do seu acompanhante por dentro.
A que recebe um amigo que sofre às quatro da manhã, ainda que seja seu ex-noivo,

porque são maravilhosas e têm estilo, ainda quando nos façam sofrer, quando nos enganam ou nos deixam, pois seu sangue não é tão gelado o suficiente para não nos escutar nessa salvadora e última noite,

na qual estão dispostas a servir-nos o oitavo uísque e a colocar, pela sexta vez, aquela melodia do Santana.

Por isso, para os que nascemos entre as décadas de 40 e 60, o dia da mulher é, na verdade,

todos os dias do ano, cada um dos dias com suas noites e seus amanheceres,

que são mais belos, como diz o bolero, quando está você.

Que belas são, por Deus, as mulheres da minha geração!

Mulher....Veríssimo!

...e Deus fez a mulher

Existem várias lendas sobre a origem da Mulher. Uma diz que Deus pôs o primeiro homem a dormir, inaugurando assim a anestesia geral, tirou uma de suas costelas e com ela fez a primeira mulher. E que a primeira provação de

Eva foi cuidar de Adão e aguentar o seu mau humor enquanto ele convalescia da operação.

Uma variante desta lenda diz que Deus, com seu prazo para a Criação estourado, fez o homem às pressas, pensando "Depois eu melhoro", e mais tarde, com o tempo, fez um homem mais bem-acabado, que chamou Mulher, que é "melhor" em aramaico.

Outra lenda diz que Deus fez a mulher primeiro, e caprichou nas suas formas, e aparou aqui e tirou dali, e com o que sobrou fez o homem só para não jogar barro fora. Zeus teria arrancado a mulher de sua própria cabeça.

Alguns povos nórdicos cultivam o mito da Grande Ursa Olga, origem de todas as mulheres do mundo, o que explica o fato das mulheres se enrolarem periodicamente em pêlos de animais, cedendo a um incontrolável impulso atávico, nem que seja só para experimentar, na loja, e depois quase desmaiar com o preço.

Em certas tribos nômades do Meio Oriente ainda se acredita que a mulher foi, originariamente, um camelo, que na ânsia de servir seu mestre de todas as maneiras foi se transformando até adquirir sua forma actual.

No Extremo Oriente existe a lenda de que as mulheres caem do céu, já de kimono. E em certas partes do Ocidente persiste a crença de que mulher se compra através dos classificados, podendo-se escolher idade, cor da pele e
tipo de massagem.

Todas estas lendas, claro, têm pouco a ver com a verdade científica. Hoje se sabe que o Homem é o produto de um processo evolutivo que começou com a primeira ameba a sair do mar primevo, e é o descendente directo de uma linha específica de primatas, tendo passado por várias fases até atingir o seu estágio actual - e aí encontrar a Mulher, que ninguém ainda sabe de onde veio. É certamente ridículo pensar que as mulheres também descendem de macacos. A minha mãe, não!

Uma das teses mais aceitáveis sobre o papel da mulher na evolução do homem é a de que o primeiro encontro entre os dois se deu no período paleolítico, quando um homo-sapiens mas não muito, chamado, possivelmente, Ugh, saiu para caçar e avistou, sentado numa pedra penteando os cabelos, um ser que lhe provocou o seguinte pensamento, em linguagem de hoje: "Isso é que é mulher e não aquilo que tenho na caverna". Ugh aproximou-se da mulher e, naquele seu jeitão, deu a entender que queria procriar com ela. "Agh maakgrom grom", ou coisa parecida.

A mulher olhou-o de cima a baixo e desatou a rir. É preciso lembrar que Ugh, embora fosse até bem apessoado pelos padrões da época, era pouco mais do que um animal aos olhos da mulher. Tinha a testa estreita e as mandíbulas pronunciadas e usava gordura de mamute nos cabelos. A mulher disse alguma coisa como "Você não se enxerga, não?" e afastou-se, enojada, deixando Ugh desolado. Antes de ela desaparecer por completo, Ugh ainda gritou "Espera uns 10 mil anos para você ver!", e de volta à caverna exortou seus companheiros a aprimorarem o processo evolutivo.

Desde então, o objectivo da evolução do homem foi o de proporcionar um par à altura para a mulher, para que, vendo o casal, ninguém dissesse que ela só saía com ele pelo dinheiro, ou para espantar assaltantes. Se não fosse por aquele encontro fortuito em alguma planície do mundo primitivo, o homem ainda seria o mesmo troglodita desleixado e sem ambição, interessado apenas em caçar e catar seus piolhos, e um fracasso social.

Mas de onde veio a primeira mulher, já que podemos descartar tanto a evolução quanto as fantasias religiosas e mitológicas sobre a criação? Inclino-me para a tese da origem extraterrena. A mulher viria (isto é pura especulação, claro) de outro planeta. Venho observando-as durante anos - inclusive casei com uma, para poder estudá-las mais de perto - e julgo ter coleccionado provas irrefutáveis de que elas não são deste mundo.

Observei que elas não têm os mesmos instintos que nós, e volta e meia são surpreendidas em devaneio, como que captando ordens de outra galáxia, embora disfarcem e digam que só estavam pensando no jantar. Têm uma lógica completamente diferente da nossa. Ultimamente têm tentado dissimular sua peculiaridade, assumindo atitudes masculinas e fazendo coisas - como dirigir grandes empresas e xingar a mãe do motorista ao lado - impensáveis há alguns anos, o que só aumenta a suspeita de que se trata de uma estratégia para camuflar nossas diferenças, que estavam começando a dar na vista.

Quando comentamos o fato, nos acusam de ser machistas, presos a preconceitos e incapazes de reconhecer seus direitos, ou então roçam a nossa nuca com o nariz, dizendo coisas como "ioink, ioink" que nos deixam arrepiados e sem argumentos.

Claramente combinaram isto. Estão sempre combinando maneiras novas de impedir que se descubra que são alienígenas e têm desígnios próprios para a nossa terra. É o que fazem quando vão, todas juntas, ao banheiro, sabendo que não podemos ir atrás para ouvir. Muitas vezes, mesmo na nossa presença, falam uma linguagem incompreensível que só elas entendem, obviamente um código para transmitir instruções do Planeta Mãe.

E têm seus golpes baixos. Seus truques covardes. Seus olhos laser, claros ou profundamente escuros, suas bocas. Meu Deus, algumas até sardas no nariz.

Seus seios, aqueles mísseis inteligentes. Aquela curva suave da coxa quando está chegando no quadril, e a Convenção de Genebra não vê isso! E as armas químicas - perfumes, loções, cremes. São de uma civilização superior, o que podem nossos tacapes contra os seus exércitos de encantos? Breve dominarão o mundo. Breve saberemos o que elas querem. Se depois de sair este artigo eu for encontrado morto com sinais de ter sido carinhosamente asfixiado, com um sorriso, minha tese está certa. Se nada me acontecer, é sinal de que a tese está certa, mas elas não temem mais o desmascaramento.

O que elas querem, afinal? Se a mulher realmente veio ao mundo para inspirar o homem a melhorar e ser digno dela, pode ter chegado à conclusão de que falhou, que este velho guerreiro nunca tomará jeito. Continuaremos a ser mulheres com defeito, uma experiência menor num planeta inferior. O que sugere a possibilidade de que, assim como veio, a mulher está pronta a partir, desiludida connosco.

E se for isso que elas conspiram nos banheiros? A retirada? Seríamos abandonados à nossa própria estupidez. Elas levariam as suas filhas e nos deixariam com caras de Ugh. Posso ver o fim da nossa espécie. Nossos melhores cientistas abandonando tudo e se dedicando a intermináveis testes com a costela, depois de desistir da mulher sintética. Tentando recriar a mágica da criação. Uma mulher, qualquer mulher, de qualquer jeito.

Prometemos que desta vez não as decepcionaremos. Uma mulher! Como é que se faz uma mulher?

(texto de Luís Fernando Veríssimo)