http://www.gatosabido.com.br/
Carlos Eduardo Ernanny montou a livraria virtual Gato Sabido, a primeira - e até agora única - a trazer para o Brasil um leitor de e-books e oferecer títulos para seus clientes. Sua aposta é que o livro virtual vai, aos poucos, substituir o físico. Mas Ernanny, ao menos por enquanto, não tem muita companhia neste páreo no Brasil.
A Gato Sabido oferece apenas 850 obras nacionais, contra mais de 100 mil estrangeiras, estas de importantes casas editoriais, como Penguin, Random House e Simon & Schuster. Está à venda, por exemplo, o best-seller "O símbolo perdido", de Dan Brown. Mas somente na edição original em inglês, da Knopf Doubleday.
- Eu já me reuni com todas as grandes editoras brasileiras. Um editor chegou a aceitar a proposta, mas depois me ligou dizendo que iria esperar para negociar em bloco. Enquanto isso, nos EUA, o mercado dos e-books não para de crescer - diz Ernanny. - Só que acredito no meu negócio e não vou desistir.
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Lançada há um ano, a Gato Sabido foi a primeira empresa nacional a acreditar e aderir a uma tendência que vem se firmando no mundo.
A ela em breve vão se juntar a Livraria Cultura, que passará a comercializar e-books a partir da semana que vem, e a Saraiva, que promete lançar, em dois meses, seu próprio aparelho de leitura. Esse mercado passou a ser viável com a junção de dois fatores tecnológicos: o e-paper e o DRM.
O primeiro é simplesmente uma tela cuja luminosidade não cansa a visão, permitindo leituras mais prolongadas do que num computador. Já o DRM (Digital Rights Management) é um código que impede a cópia ilegal de um livro de um e-reader para outro.
O primeiro modelo a chegar ao mercado foi o Sony Reader, em setembro de 2006.
Mas os aparelhos só estouraram mesmo quando a Amazon, maior livraria virtual do planeta, entrou no negócio e lançou, em novembro de 2007, seu leitor digital, o Kindle.
No último Natal, as vendas de livros para Kindle superaram as de obras físicas. A reboque, já existem cerca de 60 diferentes modelos de e-readers no mundo hoje. Até o fim do ano, este número deve passar de 100.
A ideia inicial de Ernanny ao criar a Gato Sabido era apenas vender os livros digitais. Só que, ao perceber que não haveria e-readers disponíveis, ele começou a importar e vender o Cooler, aparelho fabricado na Inglaterra.
O segundo passo foi visitar as editoras nacionais, em busca de conteúdo para sua loja. Vinte casas já fecharam com a livraria, sendo que, das grandes editoras, a Zahar foi a única a abraçar a proposta inicialmente, colocando 40 títulos de seu acervo à venda. Sua diretora geral, Mariana Zahar, usa a palavra "experimentação" diversas vezes para explicar o porquê do pioneirismo:
- Tenho certeza de que haverá uma demanda grande nesse mercado num futuro próximo. E a gente tem interesse em experimentar para entender como vai funcionar. O e-book é um processo a ser aprendido. Olhando a experiência da música, se não oferecermos rapidamente uma alternativa legal para o cliente, não vamos conseguir controlar a pirataria.
Já Ernanny espera que novas parcerias sejam firmadas logo. De acordo com ele, um impeditivo para as empresas é o temor de que o número de obras digitais comercializadas seja adulterado pela livraria. Por isso, a Gato Sabido está desenvolvendo um software para permitir que os editores acompanhem a venda de seus livros praticamente em tempo real.
" O meu interesse é que a Gato Sabido tenha o maior número de obras disponíveis. Tive uma reunião na Academia Brasileira de Letras. Eles estão avaliando a ideia de ter suas publicações em e-book "
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- O meu interesse é que a Gato Sabido tenha o maior número de obras disponíveis. Além das editoras, também procuramos universidades e outras instituições. Tive uma reunião na Academia Brasileira de Letras e apresentei a eles o meu projeto. Eles gostaram e estão avaliando a ideia de ter suas publicações em e-book - conta.
A editora Globo já indicou que vai oferecer livros pela Gato Sabido. A Ediouro também começou a colocar suas obras no site, como "O seminarista", de Rubem Fonseca, e "Sherlock Holmes - Edição completa", de Arthur Conan Doyle, ambas pelo selo Agir. Mas a empresa planeja outra abordagem para o formato do livro digital. A Ediouro criou a loja virtual Singular, que pertence ao grupo, mas é independente, para vender e-books de diversas editoras.
http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2010/03/25/livraria-digital-pioneira-no-pais-vende-mais-de-100-mil-obras-em-ingles-em-portugues-sao-apenas-850-916170065.asp
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