Casais Inteligentes enriquecem juntos
Gustavo Cerbasi
Editora Gente / 164 páginas
Uma vida planejada e com objetivos é mais feliz.
Muitos obstáculos de curto prazo são relevados quando se perseguem objetivos maiores de longo prazo.
No passado, os homens sempre pagavam a conta porque as mulheres não trabalhavam, portanto não tinham renda.
Pagar sempre pode gerar uma sensação de intimidação, algo como "pago porque posso mais do que você". (...) Por outro lado, não se oferecer para pagar nada gera a sensação de falta de comprometimento: "Se você tem renda, por que eu pago tudo?"
Dia dos Namorados, Natal, aniversário pessoal e aniversário de namoro (...) Todos saem às compras e, em razão disso, os preços sobem significativamente. (...) Comprem presentes pelo menos 45 dias antes dessas datas. Evitem restaurantes, motéis e bares nessas ocasiões, quando os preços chegam a dobrar em relação aos da véspera ou do dia seguinte.
Para muitos casais, o namoro é como um conto de fadas, uma eterna preparação para a lua-de-mel, mesmo que ainda não esteja nos planos. A convivência restrita a poucos dias da semana, o fato de ambos se encontrarem sempre em clima de passeio e diversão e a ausência de rotina criam a impressão de que estar nos braços da pessoa amada é o mundo dos sonhos.
Por essa razão, a decisão de casar-se acaba sendo um drama para muitas pessoas. Saem de cena momentos de lazer, convivência exclusiva-mente a dois, presentes românticos e orçamento para um fim de semana. Entram em cena rotina do lar, convivência com parentes (incluindo sogros), gastos com moradia e orçamento apertado para o mês. 0 drama começa quando o casal pensa em quanto vai custar a vida a dois e nas responsabilidades a ser assumidas.
(...) É quando "cai a ficha". Homens entram em pânico, procuram adiar a decisão, pois percebem o tamanho e o preço da responsabilidade. Mulheres se desesperam, pois entendem que eles não estavam levando a sério o namoro. Muitos relacionamentos acabam nesse momento.
(...) Uma forma muito simples de suavizar essa passagem do mundo dos sonhos para o das responsabilidades é passar a dividir seus projetos antes mesmo de falar em casamento. Compartilhem sonhos e metas para a vida. Dividam seus medos e angústias. Comecem a construir planos de independência financeira juntos, simulando os custos mensais que teriam no futuro, se casados.
Muitas pessoas que conheço e são felizes no casamento tiveram uma passagem suave entre a vida de solteiro e a vida a dois. Foram aos poucos juntando hábitos, depois projetos, depois convivendo mais tempo e com as respectivas famílias, unindo contas-correntes ou investimentos... Casar foi praticamente formalizar a vida a dois que já levavam, uma transição em que ambos não tiveram surpresas.
Entre comprar uma casa à vista e alugar outra de mesmo valor, é melhor alugar. Em vez de desembolsar R$ 100.000,00, apliquem esse valor e paguem com sobra um aluguel de R$ 800,00, já que a renda mensal com os juros será em torno de R$ 1.000,00.
E se vocês não tiverem os R$ 100.000,00 para comprar à vista? Vale a pena entrar num financiamento? Vejam o exemplo que desenvolvi no livro Dinheiro - Os Segredos de Quem Tem:
•Para adquirir um imóvel cujo preço à vista é de R$ 100.000,00, será necessário pagar uma prestação média de R$ 1.101,09 se vocês optarem por um financiamento de vinte anos com juros mensais de 1% mais inflação5.
•Se, em vez de entrarem em um financiamento, optarem por alugar um imóvel de padrão idêntico (mesmo preço de venda), irão pa¬gar R$ 800,00 por mês, na pior das hipóteses.
•Se vocês tomarem o cuidado de poupar a diferença de R$ 301,096 durante vinte anos, a juros líquidos de 0,6% ao mês (após taxas, impostos e inflação), acumularão nesse período o equivalente a, em valores de hoje, R$ 160.710,50.
•Se, após os vinte anos de poupança, vocês pararem de poupar os R$ 301,09 todo mês e deixarem o dinheiro acumulado rendendo juros líquidos de 0,6% ao mês, terão uma renda mensal para o resto da vida de R$ 964,26, dinheiro mais que suficiente para sempre alugar um imóvel novo de R$ 100.000,00 e ainda deixar o patrimônio crescendo. Sem contar que, após vinte anos, o imóvel comprado já estaria bastante depreciado...
Essas regras são universais e serão válidas no Brasil enquanto perdurarem os juros elevados. Vocês devem estar se perguntando por que, então, seus parentes e amigos não fazem isso. A razão é simples: falta a disciplina de poupar quando se opta por uma situação financeiramente mais vantajosa.
•Investindo na economia doméstica
Segundo o Dieese, a família média brasileira gasta cerca de 24% de sua renda com habitação e mais 6% com serviços públicos (água, luz e telefone). Quase um terço da renda familiar!
Por isso é importante que, ao comprar eletrodomésticos, não se esqueçam de verificar o selo Procel8, uma espécie de certificação para as indústrias que produzem equipamentos elétricos que cumprem todas as normas de funcionamento e economizam energia. 0 selo indica o consu¬mo mensal de energia para cada aparelho, que varia muito dentro da mesma categoria de eletrodomésticos.
Cuidado com as escolhas baseadas no preço menor. Equipamentos mais baratos em geral consomem muito mais energia. A diferença no preço de compra de uma geladeira ou freezer, por exemplo, pode ser recuperada em poucos meses de consumo mais baixo de energia.
É razoável abrir mais de uma conta-corrente quando há preocupação com a segurança. Com o elevado número de sequestros-relâmpago nas grandes cidades brasileiras, vem se tornando hábito comum das famílias manter duas contas-correntes no mesmo banco. Numa ficam todos os investimentos e recursos não usados no dia-a-dia. Na outra, apenas recursos suficientes para saques diários ou para "atender" a eventuais abordagens criminosas. 0 cartão da conta principal jamais deve sair de casa.
Negociem com o gerente a isenção de tarifa para essa segunda conta, com base no bom relacionamento da conta principal.
É notório o fato de que, para enriquecer, é preciso aprender a gastar. Sua riqueza não depende do que vocês ganham, mas sim de como gastam. Se, com uma renda baixa, vocês conseguirem construir com dignida¬de um padrão de vida saudável e feliz, conscientes de que poderão mantê-lo no futuro, estarão em situação bem melhor que executivos que ganham rios de dinheiro mas gastam tudo para manter um nível de vida elevado e ficam à beira de um enfarte quando têm o emprego ameaçado.
Quem muda de emprego e mora em casa própria tem uma grande encrenca a resolver: enfrentar a dor de cabeça de vender e comprar outra moradia ou aceitar o sacrifício de horas a mais no trânsito e muitos reais a mais com gasolina e manutenção? Quem vive em regime de aluguel não tem essa preocupação: basta esperar poucos meses pelo fim do contrato e mudar-se. 0 custo da mudança, se isso não ocorrer com muita frequência, é tranquilamente pago pela poupança viabilizada pela economia proporcionada pelo aluguel.
Outro argumento contra a moradia alugada é o da segurança: "Se eu perder o emprego, onde vou morar?" Para mim, esse é um argumento sem nexo. 0 que fazer em situação de desemprego se todo o seu dinheiro está empatado na casa? Pior ainda se vocês estiverem pagando prestações dessa casa e correrem o risco de perdê-la. Se escolherem o caminho do aluguel + poupança, terão uma reserva formada caso ocorra uma emergência!
A conclusão que quero levar a vocês não é a de que sempre se deve alugar e nunca comprar. Pelo contrário. A decisão de compra será melhor depois de atingida a estabilidade financeira, profissional e familiar ou quando surgirem oportunidades de real investimento e vocês tiverem recursos para aplicar em algo que multiplique seu capital. Mas será um mau negócio quando os recursos poupados forem insuficientes para comprar uma casa e manter o padrão de vida da família. Para que correr riscos se há alternativas mais baratas?
Corram atrás de seus sonhos e o dinheiro virá atrás.
Qualquer pessoa pode investir diretamente em títulos públicos com pelo menos R$ 200,00 através do programa Tesouro Direto, disponível em qualquer grande banco e acessível também pela internet.
Supermercado não é lugar de criança. A não ser, é claro, que elas mostrem saber comportar-se em um lugar de tantas tentações. A técnica de fazer compra com lista vai por água abaixo quando temos uma criança ao nosso lado que parte nosso coração com aquela expressão de "quero tanto". As embalagens são feitas para criar esse efeito, isso é normal. Convencer uma criança do que cabe e do que não cabe no orçamento é difícil, portanto será melhor deixá-la com alguém.
Finalmente, há a participação da criança - nesse caso já adolescente - nas decisões sobre o orçamento doméstico de toda a família. 0 acompanhamento mensal dos custos da casa e o monitoramento de algumas contas de poupança para atingir certos objetivos, como uma viagem, proporcionam excelente aprendizado sobre as finanças de uma vida inde¬pendente. Quando esse ponto for atingido, provavelmente haverá interesse suficiente para frequentar um curso de matemática financeira e planejamento financeiro pessoal.
A mesada não deve pagar tudo o que os filhos desejam comprar. Eles devem entender que o orçamento é limitado e que os pais também adiam algumas escolhas para obter outras.
Uma forma muito simples de aprender a se disciplinar com relação à renda é a utilização de um sistema de envelopes para cada necessidade. Quando perceberem que seu filho tende a ter problemas financeiros frequentes, orientem-no para, no momento em que receber a mesada, dividir o dinheiro em envelopes específicos para cada gasto principal: um envelope para as "baladas", outro para os lanches, outro ainda para a compra de roupas, para a compra de livros e assim por diante.
À medida que usar o dinheiro de cada envelope, o simples fato de perceber que a verba se esgota evitará que o jovem exagere nos gastos, disciplinando-o com relação ao orçamento. Quando o dinheiro de um envelope acabar, isso significa que ele não poderá fazer mais nenhuma despesa específica até o próximo pagamento.
Os resultados são fantásticos. 0 mesmo mecanismo vale também para desenvolver a disciplina financeira em famílias de baixa renda - menos de dois salários mínimos por membro da família, em minha opinião. No dia do pagamento, todo o dinheiro recebido deve ser dividido em envelopes. Na medida do possível, um dos envelopes deve ser dedicado ao fundo de reserva para formar uma poupança para o futuro.
Cartões de crédito: a regra número 1 do uso de cartões de crédito é jamais pagar o valor parcial da fatura.
Todo cliente que tem acesso ao cheque especial é, de certa forma, também especial, pois mantém bom relacionamento com o banco, o que justifica esse crédito. Pela mesma razão, não haverá problemas em obter um empréstimo pessoal, que sempre custará bem menos que o cheque especial.
É uma grande ingenuidade utilizar a linha de crédito do cheque especial quando se pode ter acesso a um empréstimo pessoal pagando cerca da metade dos juros. As pessoas seguem esse caminho incoerente por duas razões: é preciso pegar o telefone para fazer um empréstimo pessoal (com cheque especial não é preciso fazer nada) e há certa sensação de "intimidação" ao ligar para o gerente e dizer que faltará dinheiro na conta ("Que vergonha confessar ao meu gerente que não soube cuidar do meu dinheiro"). Essa é uma grande bobagem, pois a primeira coisa que o gerente do banco vê em seu computador pela manhã é a lista de clientes que começam o dia no vermelho.
O financiamento de automóveis apresenta uma das menores taxas de juros do mercado. Por quê? Simples: o automóvel pertence à financiadora enquanto o cliente não quita as prestações - não há risco de perder o valor financiado.
A decisão foi sensata: vender o apartamento - a tão sonhada casa própría estava por escapar entre seus dedos. Dos R$ 120.000,00 que receberam, usaram R$ 10.000,00 para quitar imediatamente as dívidas e pagar a mudança para um apartamento menor, alugado por R$ 600,00 mensais. Os R$ 110.000,00 restantes foram aplicados em um fundo de renda fixa que rendia, sem descontar a inflação, cerca de 1% ao mês (R$ 1.100,00).
(...) Um ano depois, as contas estavam em dia, o plano de guardar dinheiro mensalmente fora retomado e a poupança acumulada somava R$ 128.000,00. Se não vendessem o apartamento, provavelmente teriam recorrido a financeiras, cartões de crédito ou até mesmo a emprés¬timos pessoais, mas encontrariam dificuldades para pagar essas dívidas por muitos meses, talvez anos. Mesmo com recursos suficientes para comprar um imóvel novo, resolveram continuar no apartamento alugado. Afinal, se o dinheiro do fundo de renda fixa rendia mais de R$ 1.000,00 por mês, por que abrir mão disso em troca de um aluguel de R$ 600,00?
O cultivo de bons contatos com corretores imobiliários trará maiores oportunidades de aproveitar as barganhas do mercado imobiliário. É comum encontrar imóveis a preços bem abaixo do mercado, geralmente vendidos por pessoas impacientes, como herdeiros desinformados e gen¬te com problemas financeiros ou necessidade de mudança urgente. Com um pouco de paciência, é possível realizar margens bem superiores às que vocês obteriam no mercado financeiro. Basta ter interesse e procurar a informação que abrirá as portas para as oportunidades.
Vocês é que devem decidir-se pelo melhor investimento para seu caso com base no acesso a informações ou no prazer que terão em administrar a aplicação escolhida. Muitos não suportam entrar em uma imobiliária. Outros não se sentem bem em confiar seus recursos aos bancos. São escolhas pessoais, que trarão tanto mais riqueza quanto maior for o interesse do investidor por informação.
Não tenho como objetivo desestimulá-los de adquirir uma segunda nem uma terceira propriedade, mas é conveniente lembrá-los de que o valor dessa propriedade - mais os custos de manutenção - pagaria férias fantásticas, talvez com frequência maior do que o usufruto da casa e sem preocupações com reparos nem limpeza.
Esse tipo de investimento somente se justifica em situações de intenso aproveitamento. Se vocês gostam de receber amigos e parentes com frequência, adoram trazer para casa as pessoas próximas em festas e celebrações ou pretendem ter um lugar para efetivamente morar nos fins de semana, talvez seja uma boa idéia investir em seu "cantinho" - desde que ele caiba em seu orçamento sem comprometer o projeto de independência financeira.
O mesmo vale para qualquer aquisição cujo efetivo aproveitamento seja duvidoso. Pagar caro por uma roupa de festa para usá-la não mais que duas ou três vezes? Optem por alugá-la. Adquirir o título de um clube sem a certeza de desfrutá-lo? Pensem duas vezes. Esbarramos em armadilhas financeiras como essas diariamente. Não façam grandes negócios sem antes pensar alguns dias nos custos e nos benefícios.
Acredito que todos os livros sobre finanças pessoais ou planejamento financeiro pessoal tenham em comum pelo menos duas regras: nunca ponham todos os ovos em uma única cesta e paguem-se primeiro.
A primeira diz respeito à diversificação dos investimentos.
(...)
A segunda regra, paguem-se primeiro, diz respeito a uma filosofia de vida. Muito cuidado com sua interpretação. Alguns entendem que essa regra diz que, para ser feliz, é preciso gastar com a satisfação pessoal antes de cumprir outros compromissos financeiros. É a filosofia dos eternamente endividados, uma forma completamente errada de pagar a si mesmo em primeiro lugar. "Paguem-se primeiro" diz respeito ao compro¬misso com um planejamento para garantir um futuro sem dificuldades financeiras e fazer o possível e o impossível para que o plano seja cumprido. Se vocês assumiram o compromisso de poupar certo valor todo mês, esse deve ser o primeiro dinheiro a sair de sua conta quando receberem o salário. Se o custo de vida aumentou, terão de apertar o cinto para pagar as demais contas. Se isso for difícil, optem por ter parte do salário (vocês decidem quanto) automaticamente debitada da conta-corrente e depositada no investimento escolhido. Seu banco pode fazer isso por vocês, chama-se investimento programado. É fácil, conveniente e ajuda a manter a disciplina.
Talvez não vivamos tempo suficiente para atingir nossos objetivos, mas teremos vivido felizes por levar uma vida motivada por objetivos. Isso faz toda a diferença.
"Dizem que sou um cara de sorte... Só sei que, quanto mais me esforço, mais sorte tenho!" (Jack Niklaus)
•Livros
Dinheiro - Os Segredos de Quem Tem -Gustavo Petrasunas Cerbasi, Editora Gente
Um guia para a construção da independência financeira que considera as vantagens e desvantagens da economia brasileira e abrange a matemática das finanças, os motivos da dificuldade de enriquecer e as estratégias para conquistar e manter um padrão de vida financeiramente saudável.
O Homem Mais Rico da Babilônia - George Clason, Ediouro
Apesar de escrito no começo do século passado, esse livro traz soluções sábias e bastante atuais para evitar a falta de dinheiro. Um clássico do planejamento financeiro.
Seu Imóvel, Como Comprar Bem - Mauro Halfeld, Editora Fundamento
0 livro apresenta orientações sobre como ganhar dinheiro negociando imóveis. Indispensável para quem está começando a se interessar por investimentos imobiliários, traz muitos exemplos ilustrativos e é de leitura fácil.
Organize-se - Donna Smallin, Editora Gente
Nesse livro, o leitor vai encontrar soluções variadas para os problemas mais comuns de arrumação, podendo escolher as mais adequadas ao seu caso e até mesmo adaptá-las ao seu estilo. Há um capítulo dedicado exclusivamente às finanças e à papelada da casa, com orientações sobre o tempo durante o qual é necessário guardar comprovantes e sobre a forma de lidar com talões de cheques e contas diversas.
Esticando a Mesada - Ricardo H. Rocha e Rodney Vergili, Editora Campus
Os autores explicam como funcionam o mercado financeiro e seus diversos produtos de investimento, usando linguagem bastante clara para os não iniciados no mundo das finanças.
Investimentos - Como Administrar Melhor Seu Dinheiro - Mauro Halfeld, Editora Fundamento
Esse livro consagrado apresenta, através de exemplos reais e recomenda¬ções práticas, diversas alternativas e estratégias de investimento no mercado brasileiro.
Guia Valor Económico de Investimentos - William Eid Jr., Editora Globo
Um verdadeiro guia de bolso para entender os prós e contras de cada tipo de investimento e a matemática de cada produto financeiro.
Guia Valor Econômico de Planejamento da Aposentadoria - Mara Luquet, Editora Globo
Apresenta todo o detalhamento e a matemática dos planos de previdência, seguros e planejamento pessoal. Rico em fatos e de visual agradável.
Guia Valor Econômico de Finanças Pessoais - Mara Luquet, Editora Globo
Prima pela objetividade e pela facilidade de leitura. Mesmo para quem já entende do assunto, é um guia prático para relembrar temas muitas vezes esquecidos.
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terça-feira, 1 de junho de 2010
segunda-feira, 31 de maio de 2010
MISS IMPERFEITA - Martha Medeiros
MISS IMPERFEITA
'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é
possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito
prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa
profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias,
ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições,
cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro
minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a
toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia
hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos
domésticos e ainda faço as unhas e depilação!
E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas
que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada,
aliás.
Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua
lista a Culpa Zero.
Quando você nasceu, nenhum profeta entrou a sala da maternidade e lhe
apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para
os outros..
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que
desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse
direitinho.
Você não é Nossa Senhora.
Você é, humildemente, uma mulher.
E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida
interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser
sempre politicamente correcta, não é topar qualquer projecto por dinheiro,
não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser
indispensável. É ter tempo.
Tempo para fazer nada.
Tempo para fazer tudo.
Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.
Tempo para sumir dois dias com seu amor.
Três dias..
Cinco dias!
Tempo para uma massagem.
Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de
beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário.
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar.
Para engravidar.
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente
organizada e profissional sem deixar de existir.
Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou
pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.
Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se
não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está
tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.
Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de
si.
Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!
Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e
vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para
usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha
trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.
Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o
hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso,
francamente, está precisando rever seus valores.
E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar
e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco
estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida
interessante'
'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é
possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito
prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa
profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias,
ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições,
cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro
minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a
toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia
hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos
domésticos e ainda faço as unhas e depilação!
E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas
que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada,
aliás.
Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua
lista a Culpa Zero.
Quando você nasceu, nenhum profeta entrou a sala da maternidade e lhe
apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para
os outros..
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que
desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse
direitinho.
Você não é Nossa Senhora.
Você é, humildemente, uma mulher.
E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida
interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser
sempre politicamente correcta, não é topar qualquer projecto por dinheiro,
não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser
indispensável. É ter tempo.
Tempo para fazer nada.
Tempo para fazer tudo.
Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.
Tempo para sumir dois dias com seu amor.
Três dias..
Cinco dias!
Tempo para uma massagem.
Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de
beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário.
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar.
Para engravidar.
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente
organizada e profissional sem deixar de existir.
Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou
pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.
Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se
não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está
tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.
Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de
si.
Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!
Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e
vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para
usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha
trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.
Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o
hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso,
francamente, está precisando rever seus valores.
E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar
e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco
estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida
interessante'
Cientistas comprovam efeitos da Acupunctura
Cientistas comprovam efeitos analgésicos da acupunctura, identificando a molécula que intervém na acupunctura.
Testes em ratos comprovam que efeito das agulhas pode reduzir até 2/3 a dor
Apesar da longa historia no Oriente e da rápida aceitação pelo Ocidente, ainda existem muitas questões por responder acerca do funcionamento da acupunctura, como os mecanismos que causam efeitos analgésicos.
Um trabalho, publicado recentemente na Nature Neuroscience http://www.nature.com/neuro/journal/vaop/ncurrent/abs/nn.2562.html, revela as bases fisiológicas para os efeitos desta técnica a nível local.
Várias investigações demonstraram que a aplicação de agulhas activa de forma duradoura os tecidos sensíveis ascendentes e, em consequência, liberam-se endorfinas (péptidos opióides) no sistema nervoso central.
Esta técnica, que se realiza em sessões de 30 minutos em que as agulhas giram ou estimulam com calor ou electricidade a cada cinco minutos o corpo, é, para muitas pessoas, um alívio para a dor.
No entanto, a simples libertação de endorfinas “não pode explicar só por si a causa da acupunctura se aplicar convencionalmente muito próximo do foco de dor nem porque os seus efeitos analgésicos estão restringidos ao lado ipsilateral”, assinalam os autores do Centro de Medicina Translacional da Universidade de Rochester, em Nova Iorque.
Se a libertação de endorfinas no cérebro fosse a única razão do efeito analgésico da acupunctura, então bastava que as agulhas fossem enfiadas em qualquer ponto e não nos que estão próximos da zona a ser tratada. O grupo de investigadores centrou a atenção nos fenómenos que tinham lugar nas proximidades do lugar de inserção das agulhas.
A molécula que inibe a dor
O estudo foi centrado na adenosina, um derivado do ATP − a molécula que confere energia às células − que intervém em processos como a regulação do sono ou da função cardíaca e que tem propriedades anti-inflamatórias e analgésicas. Este péptido é libertado na pele depois de se sofrer uma ferida e inibe os impulsos nervos, aliviando a dor.
Como objectos de estudo, os autores submeteram vários ratos com feridas em uma das patas à acupunctura num ponto concreto do joelho em sessões standard e monitorizaram os níveis de adenosina na zona. Deste modo, os cientistas comprovaram que a dor diminuía em dois terços graças às agulhas.
Durante o tratamento, os níveis de adenosina próximos do ponto de inserção aumentaram até 24 vezes o nível base. Curiosamente, num grupo de roedores alterados geneticamente para serem insensíveis a esta molécula, a acupunctura não teve qualquer efeito, reforçando a ideia de que o papel desta molécula é crucial para aliviar a dor.
“Este estudo identifica a adenosina como parte do processo. É uma contribuição interessante para o nosso conhecimento crescente de uma intervenção tão complexa como a acupunctura”, salientou Josephine Briggs, director do Centro Nacional de Medicina Complementar e Alternativa dos Estados Unidos, que financiaram o projecto.
Testes em ratos comprovam que efeito das agulhas pode reduzir até 2/3 a dor
Apesar da longa historia no Oriente e da rápida aceitação pelo Ocidente, ainda existem muitas questões por responder acerca do funcionamento da acupunctura, como os mecanismos que causam efeitos analgésicos.
Um trabalho, publicado recentemente na Nature Neuroscience http://www.nature.com/neuro/journal/vaop/ncurrent/abs/nn.2562.html, revela as bases fisiológicas para os efeitos desta técnica a nível local.
Várias investigações demonstraram que a aplicação de agulhas activa de forma duradoura os tecidos sensíveis ascendentes e, em consequência, liberam-se endorfinas (péptidos opióides) no sistema nervoso central.
Esta técnica, que se realiza em sessões de 30 minutos em que as agulhas giram ou estimulam com calor ou electricidade a cada cinco minutos o corpo, é, para muitas pessoas, um alívio para a dor.
No entanto, a simples libertação de endorfinas “não pode explicar só por si a causa da acupunctura se aplicar convencionalmente muito próximo do foco de dor nem porque os seus efeitos analgésicos estão restringidos ao lado ipsilateral”, assinalam os autores do Centro de Medicina Translacional da Universidade de Rochester, em Nova Iorque.
Se a libertação de endorfinas no cérebro fosse a única razão do efeito analgésico da acupunctura, então bastava que as agulhas fossem enfiadas em qualquer ponto e não nos que estão próximos da zona a ser tratada. O grupo de investigadores centrou a atenção nos fenómenos que tinham lugar nas proximidades do lugar de inserção das agulhas.
A molécula que inibe a dor
O estudo foi centrado na adenosina, um derivado do ATP − a molécula que confere energia às células − que intervém em processos como a regulação do sono ou da função cardíaca e que tem propriedades anti-inflamatórias e analgésicas. Este péptido é libertado na pele depois de se sofrer uma ferida e inibe os impulsos nervos, aliviando a dor.
Como objectos de estudo, os autores submeteram vários ratos com feridas em uma das patas à acupunctura num ponto concreto do joelho em sessões standard e monitorizaram os níveis de adenosina na zona. Deste modo, os cientistas comprovaram que a dor diminuía em dois terços graças às agulhas.
Durante o tratamento, os níveis de adenosina próximos do ponto de inserção aumentaram até 24 vezes o nível base. Curiosamente, num grupo de roedores alterados geneticamente para serem insensíveis a esta molécula, a acupunctura não teve qualquer efeito, reforçando a ideia de que o papel desta molécula é crucial para aliviar a dor.
“Este estudo identifica a adenosina como parte do processo. É uma contribuição interessante para o nosso conhecimento crescente de uma intervenção tão complexa como a acupunctura”, salientou Josephine Briggs, director do Centro Nacional de Medicina Complementar e Alternativa dos Estados Unidos, que financiaram o projecto.
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Saúde
A genialidade de Gary Chang
O arquiteto chinês Gary Chang tem bons motivos para pensar em soluções
que utilizem pouco espaço com muita eficiência. Ele mora em Hong Kong,
um dos maiores centros urbanos do país mais populoso do mundo.
Por ali, a ordem é aproveitar cada mínimo espaço. Por isso mesmo, as
casas costumam ser minúsculas. Enquanto morava com a família, Gary
vivia em um apartamento de dois cômodos: os pais ficavam em um quarto,
as irmãs em outro e ele, no corredor, que também fazia as vezes de
sala.
Hoje, ele vive em um apartamento com 24 cômodos! Revolta? Ostentação?
Não. O lar de Gary Chang tem pouco mais de 30m². Sua grande sacada foi
fazer paredes móveis que possuem rodinhas e se deslocam por trilhos
instalados no teto. “A casa se move para mim”, diz Chang.
Além de ocupar pouco espaço, a ideia também contribui com o meio
ambiente graças aos espelhos instalados no teto que, não só disfarçam
os trilhos e dão a impressão de que o ambiente é maior, como
aproveitam melhor a luz natural que entra pela única janela.
Um filtro alaranjado nas venezianas também intensifica o efeito da luz
que vem de fora e torna o local mais aconchegante. “Quase nunca
preciso acender as luzes”, conta.
A genialidade de Gary Chang foi descoberta pelo programa World’s
Greenest Homes, que, como o nome já diz, vai atrás dos inventores das
casas mais verdes do mundo.
Veja como funciona o “lar doce lar” chinês:
que utilizem pouco espaço com muita eficiência. Ele mora em Hong Kong,
um dos maiores centros urbanos do país mais populoso do mundo.
Por ali, a ordem é aproveitar cada mínimo espaço. Por isso mesmo, as
casas costumam ser minúsculas. Enquanto morava com a família, Gary
vivia em um apartamento de dois cômodos: os pais ficavam em um quarto,
as irmãs em outro e ele, no corredor, que também fazia as vezes de
sala.
Hoje, ele vive em um apartamento com 24 cômodos! Revolta? Ostentação?
Não. O lar de Gary Chang tem pouco mais de 30m². Sua grande sacada foi
fazer paredes móveis que possuem rodinhas e se deslocam por trilhos
instalados no teto. “A casa se move para mim”, diz Chang.
Além de ocupar pouco espaço, a ideia também contribui com o meio
ambiente graças aos espelhos instalados no teto que, não só disfarçam
os trilhos e dão a impressão de que o ambiente é maior, como
aproveitam melhor a luz natural que entra pela única janela.
Um filtro alaranjado nas venezianas também intensifica o efeito da luz
que vem de fora e torna o local mais aconchegante. “Quase nunca
preciso acender as luzes”, conta.
A genialidade de Gary Chang foi descoberta pelo programa World’s
Greenest Homes, que, como o nome já diz, vai atrás dos inventores das
casas mais verdes do mundo.
Veja como funciona o “lar doce lar” chinês:
domingo, 30 de maio de 2010
EXPOXANGAI
Também pode saborear este vídeo
http://static.publico.clix.pt/docs/mundo/expoxangai/
Aqui temos o pavilhão do Brasil
E aqui temos o Pavilhão de Portugal
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quinta-feira, 27 de maio de 2010
Testemunho espectacular de Steve Jobs
Eu sou uma mãe orgulhosa dos filhos que trouxe ao mundo. Eles escolheram uma profissão que não tem nada a ver com a minha profissão. Eles gostam das máquinas. No início foi mais difícil aceitar assim tão simples, porém aos poucos comecei a aprender a me relacionar melhor com eles através das máquinas.
Isto é, eu que entendo pouco (quase nada) de máquinas, comecei a admirar a capacidade deles de lidar com algo tão estranho para mim.
Passei a depositar neles toda a responsabilidade pelas minhas máquinas. E isto foi excelente durante muito tempo. No entanto, eles escolheram agora um novo caminho. O Rapahel mora na Suécia e o Ricardo na Espanha e eu me vi diante das máquinas. Ui!!!
Bem, em homenagem a eles, deixo aqui o testemunho de alguém muito bom na área dos meus filhos, com a certeza de que vale a pena ouvir e reflectir sobre estas palavras, em especial os nossos jovens, todos, inclusive os meus filhos.
Se preferir assistir directamente do you tube, vá em
http://www.youtube.com/watch?v=yplX3pYWlPo
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terça-feira, 25 de maio de 2010
Tudo ou Nada
Tudo ou Nada: Acorde para a vida
Por Roberto Shinyashiki
Lembre-se: na vida, há sempre muitas placas de sinalização. É fundamental estar atentos a essas placas, pois elas orientam nossa caminhada. Não adianta tentar destruí-las, trocá-las de lugar nem fingir que não as vemos.
A vida sempre nos avisa quando estamos no caminho errado. Às vezes, no entanto, nossa inconsciência nos impede de perceber o que estamos fazendo connosco mesmos.
Adianta insistir em ir de São Paulo ao Rio de Janeiro pela rodovia Fernão Dias, que leva a Minas Gerais? É claro que não! Mas quantas vezes vemos isso acontecer com um motorista?
Ele está lá, concentrado no volante, e as placas, durante o tempo todo, apontam a distância que falta para chegar a Belo Horizonte. Nem uma só vez aparece a distância que falta para chegar ao Rio de Janeiro. Mas ele segue em frente até que, de repente, a ficha cai: - Puxa! Peguei a estrada errada!
Quantas vezes você fez algo parecido com sua vida?
Você afundou o pé no acelerador e foi em frente. As placas de sinalização mostravam que estava na direcção errada, mas você nem percebeu os sinais. Insistiu naquela estrada sem se dar conta de que estava entrando numa fria. Quando, enfim, percebeu que havia tomado o rumo errado, você ficou extremamente irritado e precisou pegar o primeiro retorno que encontrou.
É sem dúvida raro o fato de que alguém permaneça dirigindo em uma estrada de rodagem errada por muito tempo, mas há quem fique eternamente em um caminho de vida que não lhe traz felicidade. Muitas placas mostram o caminho errado, mas a pessoa continua insistindo. Os filhos avisam, a insónia avisa, a vontade de beber, que cresce dia após dia, avisa... Mas ela permanece naquele caminho como um robô teleguiado. Ignora os sinais da vida e procura justificar o seu comportamento.
Existe um comportamento ainda pior: a destruição das placas de sinalização. É como se o viajante destruísse todas as placas que indicam que está a caminho de Belo Horizonte. Prefere destruí-las a parar e perguntar. Afasta-se dos verdadeiros amigos, que o avisam sobre o caminho errado, afasta-se do filho, que insiste em lhe mostrar que não está bem, isola-se do mundo, abandona a terapia. Lembre-se: a destruição das placas não elimina a dificuldade de criar felicidade em sua vida!
Quando você decide trilhar um caminho, é importante escolhe-lo bem e manter-se nele com persistência. Se você, porém, perceber que está no caminho errado, será melhor mudar de rota. Faça o retorno mais próximo e comece tudo de novo! É muito mais proveitoso fazer isso do que seguir sofrendo eternamente.
Lembre-se: na vida, há sempre muitas placas de sinalização. São enxaquecas ou insónias frequentes, distúrbios alimentares, dificuldades sexuais, pessoas que se aproximam ou se afastam, brigas eternas no casamento, um filho que apresenta problemas de desenvolvimento emocional, enfim, uma infinidade de ocorrências - algumas aparentemente banais, outras avassaladoras - que nos oferecem indícios do caminho que estamos trilhando.
É fundamental estarmos atentos a essas placas, pois elas orientam nossa caminhada. Não adianta tentar destruí-las, trocá-las de lugar nem fingir que não as vemos.
Todas essas são tentativas infantis de nos iludir, pois, se estivermos seguindo um caminho que não leva à plenitude, os avisos se tornarão cada vez mais frequentes e intensos. No começo, sentimos uma angústia que se transforma em insónia e, de repente, torna-se depressão. E não adianta adiar o momento de mudar de estrada. Por mais que tentemos destruir os sinais, eles continuarão a aparecer à frente até tomarmos uma decisão e escolhermos outro rumo.
Roberto Shinyashiki é conferencista e escritor.
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quinta-feira, 20 de maio de 2010
Profissionalismo
Em uma grande e importante companhia aérea, ocorreu um dos muitos voos internacionais, mas aquele era especial, pois uma turma de novos tripulantes estava fazendo sua primeira viagem. Na cabine apenas uma comissária tinha anos de experiência, os outros comissários estavam estreando. O voo transcorria normal apesar de estar completamente lotado. Como a viagem era de longa duração e havia muitas crianças e idosos com muitos pedidos, em algum momento o serviço começou a ficar atrasado. A escala em um movimentado aeroporto estava ameaçada, pois se a cabine não estivesse organizada em poucos minutos, a aeronave teria de sobrevoar e esperar no final da fila para pousar, o que atrasaria todo o resto do voo. Vendo a situação que se passava uma comissária que fazia a viagem de volta como passageira, levantou-se da poltrona e começou a ajudar a recolher as bandejas, com sua grande habilidade tudo estava no lugar e a aeronave pousou sem atraso. Já em terra, com a cabine quase vazia a comissária chefe se aproximou da despojada funcionária que acreditava que iria receber um agradecimento, um elogio, ao que responderia que não havia feito mais que sua obrigação. Mas a comissária em vez de agradecer criticou:
- Espero que nunca mais você faça uma coisa assim, disse a comissária chefe.
- O que eu fiz? Só ajudei a equipe, a empresa, eu fui profissional, respondeu.
- Negativo, sua ação atrapalhou enormemente nossa empresa. Aqui estava claro que houve inúmeros problemas em vários setores da empresa, escalas, dimensionamento da equipe, provavelmente o impacto do atraso faria com que os setores envolvidos nunca mais cometessem os mesmos erros. Já com a sua interferência... haverá meu relatório, claro, mas como o resultado foi alterado, levará mais tempo para ser corrigido. Desta vez você não foi profissional.
- Espero que nunca mais você faça uma coisa assim, disse a comissária chefe.
- O que eu fiz? Só ajudei a equipe, a empresa, eu fui profissional, respondeu.
- Negativo, sua ação atrapalhou enormemente nossa empresa. Aqui estava claro que houve inúmeros problemas em vários setores da empresa, escalas, dimensionamento da equipe, provavelmente o impacto do atraso faria com que os setores envolvidos nunca mais cometessem os mesmos erros. Já com a sua interferência... haverá meu relatório, claro, mas como o resultado foi alterado, levará mais tempo para ser corrigido. Desta vez você não foi profissional.
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