A maneira mais segura de revelar o caráter de uma pessoa não é pela adversidade, e sim dando-lhe poder.
Abraham Lincoln (presidente dos Estados Unidos, 1809-1865)
Verdade, verdadinha. Ao ler os emails recebidos hoje de manhã, lembrei imediatamente desta frase e da metáfora do Mandarim.
Um dia um homem recebeu a notícia de que acabara de ser nomeado mandarim.
Ficou tão eufórico que quase não se conteve.
- Serei um grande homem agora - disse a um amigo. - Preciso de roupas
novas imediatamente, roupas que façam jus à minha nova posição na vida.
- Conheço o alfaiate perfeito para você - disse o amigo. - É um velho
sábio que sabe dar a cada cliente o corte perfeito. Vou lhe dar o
endereço.
E o novo mandarim foi ao alfaiate, que cuidadosamente tirou as suas medidas. Depois de guardar a fita métrica, o homem disse:
- Há mais uma informação que preciso Ter. Há quanto tempo o senhor é mandarim?
- Ora, o que isso tem a ver com a medida do meu manto? - perguntou o cliente surpreso.
- Não posso fazê-lo sem obter essa informação, senhor. É que mandarim
recém-nomeado fica tão deslumbrado com o cargo que mantém a cabeça
altiva, ergue o nariz e estufa o peito. Assim sendo, tenho que fazer a
parte da frente maior que a parte de trás.
Anos mais tarde,
quando está ocupado com seu trabalho e os transtornos advindos da
experiência o tornam sensato, e ele olha adiante para ver o que vem em
sua direção e o que precisa ser feito a seguir, aí então eu costuro o
manto de modo que a parte da frente e a de trás tenham o mesmo
comprimento.
E mais tarde, depois que seu corpo está curvado
pela idade e pelos anos de trabalho cansativo, sem mencionar a humildade
adquirida através de uma vida de esforços, então faço o manto de forma
que as costas fiquem mais longas que a frente.
"Portanto, tenho que saber há quanto tempo o senhor está no cargo para que a roupa lhe assente apropriadamente."
O novo mandarim saiu da loja pensando menos no manto e mais no motivo
que levara seu amigo a mandá-lo procurar exatamente aquele alfaiate.
Do livro: O Livro das Virtudes II - O Compasso Moral (pág. 650/651)
William J. Bennett - Editora Nova Fronteira
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