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sábado, 7 de dezembro de 2013

A forma como se diz as coisas

Uma sábia e conhecida anedota árabe diz que, certa feita, um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes. 

Logo que despertou, mandou chamar um adivinho para que interpretasse seu sonho. 

- Que desgraça, senhor! - exclamou o adivinho 
- Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade. 

- Mas que insolente - gritou o sultão, enfurecido 
- Como te atreves a dizer-me semelhante coisa? 
Fora daqui! 
 Chamou os guardas e ordenou que lhe dessem cem chicotadas. 
Mandou que trouxessem outro adivinho e lhe contou sobre o sonho. 

Este, após ouvir o sultão com atenção, disse-lhe: 
- Excelente senhor! 
Grande felicidade vos está reservada. 
O sonho significa que haveis de sobreviver a todos os vossos parentes. 
A fisionomia do sultão iluminou-se num sorriso, e ele mandou dar cem moedas de ouro ao segundo adivinho. 
E quando este saía do palácio, um dos cortesãos lhe disse admirado: 
 - Não é possível! A interpretação que você fez foi a mesma que o seu colega havia feito. 
Não entendo porque ao primeiro ele pagou com cem chicotadas e a você com cem moedas de ouro. 

- Lembra-te meu amigo - respondeu o adivinho - que tudo depende da maneira de dizer. 

Um dos grandes desafios da humanidade é aprender a arte de comunicar-se. 

Da comunicação depende, muitas vezes, a felicidade ou a desgraça, a paz ou a guerra. 

Que a verdade deve ser dita em qualquer situação, não resta dúvida. 

Mas a forma como ela é comunicada é que tem provocado, em alguns casos, grandes problemas. 

A verdade pode ser comparada a uma pedra preciosa. 

Se a lançarmos no rosto de alguém pode ferir, provocando dor e revolta. 

Mas se a envolvemos em delicada embalagem e a oferecemos com ternura, certamente será aceita com facilidade. 

A embalagem, nesse caso, é a indulgência, o carinho, a compreensão e, acima de tudo, a vontade sincera de ajudar a pessoa a quem nos dirigimos. 

Ademais, será sábio de nossa parte, antes de dizer aos outros o que julgamos ser uma verdade, dizê-la a nós mesmos diante do espelho. 

E, conforme seja a nossa reação, podemos seguir em frente ou deixar de lado o nosso intento. 

Importante mesmo, é ter sempre em mente que o que fará diferença é a maneira de dizer as coisas.

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