A empresa Applied Digital Solutions (ADS) foi autorizada a utilizar o VeriChip para armazenar informações médicas sobre o portador do dispositivo.
O médico que precisar tratar alguém que tenha implantado sob a pele o dispositivo eletrônico do tamanho de um grão de arroz precisará apenas passar um leitor sobre o chip e terá acesso a todo o histórico médico da pessoa.
A ADS tentava conseguir a autorização desde 2002, quando a FDA afirmou que a autorização não cabia à agência, já que o chip não era considerado um equipamento médico na época.
Segurança - No caso de uma emergência, o chip pode salvar vidas, já que acaba com a necessidade de testes de grupo sangüíneo, alergias ou doenças crônicas, além de fornecer o histórico de medicamentos do paciente.
No entanto, na entrevista coletiva concedida por representantes da empresa depois da decisão da FDA, outras aplicações comerciais para o chip foram sugeridas.
São justamente essas aplicações que estão provocando polêmica, de acordo com o repórter da BBC Sean Coughlan. O VeriChip poderia, por exemplo, servir para localizar e identificar indivíduos por questões de segurança.
Nos Estados Unidos pós-11 de Setembro, este tipo de identificação poderia ser usado em bases militares, escritórios federais, prisões e usinas nucleares – de acordo com sugestões da própria ADS.
Os microchips serviriam para permitir a entrada nestes locais e, então, para controlar a movimentação das pessoas.
No México, o acesso a um banco de dados de segurança máxima já está sendo restringido às pessoas que têm microchips implantados.
Comum -Outras aplicações possíveis do microchip seriam identificação de pessoas e animais de estimação.
Apesar de a aplicação dessa tecnologia em pessoas ainda estar engatinhando, no comércio ela já é comum.
Supermercados já utilizam chips com "freqüências de identificação de rádio" em determinados produtos para monitorar os padrões de consumo.
No Japão, os microchips já são usados até em uniformes escolares para rastrear alunos que eventualmente sejam seqüestrados.
Na semana passada, a União Americana de Liberdades Civis, uma organização não-governamental (ONG) de defesa das liberdades individuais nos Estados Unidos, fez um apelo aos legisladores do Estado americano da Virgínia para que microchips não fossem incluídos nas carteiras dos motoristas.
"Um dispositivo destes permitiria às autoridades a identificação de todas as pessoas presentes a uma reunião política ou uma manifestação nas ruas", afirma a ONG.