Links Patrocinados

sábado, 21 de abril de 2012

Momento inesquecível

Adorei esta frase que me enviaram agora para o telemóvel.

Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim, nem que eu faça a falta que elas me fazem. O importante para mim é saber que eu, em algum pequeno momento, fui insubstituível, e que esse momento será inesquecível. (Fernando Pessoa)

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Diferenças


Pessoas brilhantes falam sobre idéias.
Pessoas medíocres falam sobre coisas.
Pessoas pequenas falam sobre outras pessoas...

reflexão: o que você a falar nos últimos tempos?

quinta-feira, 19 de abril de 2012

As neves do Kilimanjaro


As neves do Kilimanjaro  (Les neiges du Kilimandjaro )

Diretor: Robert Guédiguian

Elenco: Ariane Ascaride, Jean-Pierre Darroussin, Gérard Meylan
 França (2011)


Eis aqui um filme que chega como quem não quer nada e, pouco a pouco, vai invadindo o coração... Um filme para falar à geração dos militantes políticos ( mais propriamente dos militantes sindicais e da geração de 68) engajados em um mundo em que a utopia transformadora foi sendo engolida pela globalização. Um filme belíssimo, para fazer pensar. E talvez também repensar a vida e os projetos do futuro. Não se surpreendam se lágrimas furtivas rolarem pelos rostos dos mais sensíveis.

Marie-Claire e Michel formam um casal de um outro mundo. Apesar de viverem em Marselha no século XXI, seus valores podem soar tão retrô quanto a máquina de escrever, o telefone fixo ou histórias de amor com finais felizes “para sempre”.
Idealistas e generosos, sobrevivem às margens do individualismo desenfreado e da velocidade dos tempos que correm via internet. Ele é militante sindical e, apesar da imunidade do cargo, sorteia o próprio nome de uma lista de demissões, aumentando assim a legião de desempregados da crise europeia. A mulher ajuda nas despesas como acompanhante de idosos. Sábia e solidária, parece preparada para o futuro: “Em casa, nenhum homem é herói”, conforma-se, enquanto tenta animar o entediado marido precocemente aposentado.
“Les neiges du Kilimandjaro” (no original) não é um remake da superprodução de 1952, com direção de Victor King, baseada em novela de Ernest Hemingway, estrelada por Gregory Peck e Ava Gardner. A inspiração, no caso, retrocede ao poema “Les pauvres gens”, de  Victor Hugo (1802-1885), gatilho para o diretor Robert Guédiguian mirar e acertar, novamente, em seus elementos mais pessoais: a cidade em que nasceu, os conflitos de periferia (o pai, imigrante armênio, trabalhava no porto), um estilo sem rebuscamento e a fidelidade a um elenco, começando pela extraordinária Ariane Ascaride, parceira do diretor na vida real, e Jean Pierre Darroussin, ambos comoventes como o casal que, apesar dos prognósti$, estará distante de uma vida tranquila.

A trama se desenvolve em dois atos: o primeiro termina com uma festa de aniversário de casamento, na qual Marie-Claire e Michel ganham dos filhos um alentado safári na Tanzânia, terra do monte Kilimanjaro, tema de canção francesa de sucesso nos turbulentos anos 1960, entoada com brio na celebração. Dias depois, um roubo violento levará as passagens, o dinheiro, o sonho, e $á o casal a um contundente confronto com suas convicções, que envolvem a identidade do assaltante e, sobretudo, seus dois irmãos menores. Tem início um desconcertante segundo round.
Pelo humanismo sem pieguice de “Marius e Jeannette”, “A cidade está tranquila”, “Marie-Jo e seus dois amores”, alguns títulos de sua numerosa filmografia, Guédiguian compartilha o ideário do fim das utopias de realizadores ingleses como Ken $e Mike Leigh. “As neves do Kilimanjaro” aproxima-se também de produções recentes, como “O porto”, de Aki Kaurismäki (em que Darroussin interpreta o delegado Monet), e “O garoto da bicicleta”, de Jean-Pierre e Luc Dardenne. Em comum, a aposta na desvalorizada capacidade de se colocar no lugar do outro — coincidentemente, três meninos pré-adolescentes. Guédiguian aproxima-se também do iraniano “A separação” ao dar voz, sem ma$ísmos, aos vários lados de uma questão complexa e deixar a decisão para o espectador.
Além de “ouvir” parentes, filhos e amigos do casal, o diretor escuta também as discutíveis razões do agressor Christophe (Grégoire Leprince-Ringuet) e a poderosa catarse da sua mãe (Karole Rocher), personagens que contribuem para embaralhar visões de mundo e de gerações. Mas também há lugar para momentos de suavidade e humor, como as refrescantes lições de vida (e bebida) ministradas por inspirado barman (Pierre Niney), prova de que, em cinema, não há pequenos papéis — apenas papéis mal aproveitados.
Alma lavada
Algumas mensagens sociopolíticas carregadas no vermelho podem parecer anacrônicas sob o império da globalização, mas a convicção dos personagens e o realismo das situações de temática universal constroem um filme de forte carga emocional e possibilidades reflexivas.
Mesmo correndo o risco de serem rotulados, por alguns, como dinossauros em extinção, Michel e Marie-Claire emergem do confronto como vitoriosos éticos e morais. Idealizados? Talvez, um pouco. Verdadeiros? Sem dúvida, e bem mais complexos do que aparentam — as pessoas comprometidas com o outro nunca são simples. De lavar a alma. (Susana Schild/ O Globo)

quarta-feira, 18 de abril de 2012

ABCD e as palavras certas duma oração

Uma lenda conta que um grupo de pessoas rezava numa igreja, quando começaram a ouvir uma criança dizendo :
"A, B, C, D,....".
Aos poucos, todos foram parando de rezar.
Quando olharam para trás, viram um menino que continuava dizendo "A, B, C, D,..."
O rabino se aproximou do garoto:
"Porque você está fazendo isto?", perguntou.
"Porque não sei os versos sagrados" - respondeu o menino -
"então tenho a esperança que recitando o alfabeto, Deus pegue essas letras e forme as palavras corretas."
"Obrigado por essa lição", disse o rabino para o garoto.
"Obrigado por me lembrar que Deus escuta o que vem de nosso coração, e não as palavras que saem da nossa boca"

terça-feira, 17 de abril de 2012

As diversas formas de ver a mesma situação

Certa vez, cinco alunos foram submetidos a uma experiência curiosa. Todos, de olhos vendados, foram conduzidos para perto de um elefante em um circo a fim de identificarem suas características.
O primeiro passou vagarosamente as mãos nas orelhas do bicho e falou convicto:
- “É algo espalhado, como um tapete.”
O segundo aproximou-se, esticou o braço, pegou na tromba e exclamou:
- “É uma coisa comprida e redonda, deve ser uma jibóia.”
Tocando demoradamente uma das pernas do animal, o terceiro falou, um tanto exaltado:
- “Isto não é um animal, é um tronco de árvore.”
O quarto aluno apalpou por várias vezes uma das presas e disse:
- “Ah! Isto não é um tronco, mas sim uma lança muito pontiaguda.”
O quinto e último, por sua vez, exclamou com segurança tocando o rabo do animal:
- “Definitivamente isto é apenas uma corda muito fina!”
E por não entrarem num acordo, os alunos começaram uma discussão acalorada. Afinal, todos eles haviam tocado o animal com as próprias mãos e, por esse motivo, cada um tinha seu próprio ponto de vista.
Para acalmar os ânimos, o professor falou com firmeza:
“Cada um de vocês está certo, mas cada um está errado também. Todos querem defender o seu ponto de vista, mas não querem admitir que o outro possa estar com uma parcela da verdade.”
Ato contínuo, tirou as vendas dos jovens e todos puderam contemplar o enorme elefante e perceber que todas as opiniões tinham seus fundamentos.
Grande parte dos desentendimentos entre as pessoas, na vivência diária, é resultado de cada um defender o seu ponto de vista sem se permitir ver as coisas sob o ponto de vista do outro. Todos querem ter razão, sem abrir mão da sua verdade.
No entanto, tudo seria mais fácil se admitíssemos a possibilidade de o outro estar certo. As pessoas são individualidades que trazem consigo possibilidades muito próprias no entendimento de coisas e situações.
Por essa razão não podemos exigir que os outros vejam com os nossos olhos, nem que pensem com a nossa mente.
Se todos compreendêssemos esses detalhes importantes nos relacionamentos, certamente evitaríamos grande parcela de dissabores e discussões inúteis!
Todas as flores são flores, mas o gerânio não tem as características do cravo e nem a rosa as da violeta.
Todos os frutos são frutos, mas a laranja não guarda semelhança com a pera.
Além disso, cada flor tem o seu perfume original, tanto quanto cada fruto não amadurece fora da época prevista.
Assim também é com as criaturas.
Cada pessoa respira em faixa diversa de evolução.
É justo que nos detenhamos na companhia daqueles que sentem e pensam como nós, entretanto, é caridade não violentar a cabeça daqueles que não comungam das nossas idéias.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Feng Shui


Dicas de Feng Shui para uma Vida Melhor - David Daniel Kennedy
Quando os primeiros sábios desenvolveram o Feng Shui na China há 5 mil anos, talvez não se dessem conta do poder que estavam criando. Tanto tempo depois, o Feng Shui, alterado, adaptado, traduzido, ainda assim mostra a sua força e a sua imensa capacidade de nos ajudar a viver melhor. Para os ocidentais mais céticos, que vêem a técnica como supersticiosa ou folclórica, sugiro que olhem à sua volta. Vejam a importância dos simbolismos na nossa vida. Observem os casamentos, os batizados, os ritos de passagem (como o Bar Mitzvah e a festa de debutantes), as cerimônias de posse, as inaugurações, as voltas olímpicas, etc. A nossa vida ainda é a encenação de velhos e novos rituais, e o Feng Shui, além de mexer com a energia sutil que tudo permeia, é a arte de atuar no plano dos simbolismos, ou seja, no plano da mente profunda. Apesar de todas as acusações que pesam sobre a cabeça do homem moderno, somos privilegiados - na antiga China, raros eram os que podiam ter acesso a um livro ou a um especialista em Feng Shui. O conhecimento se democratiza e a técnica se populariza para tornarem acessível esse legado dos sábios anônimos a todos cuja sensibilidade indica esse caminho. Assim, o Feng Shui, em qualquer de suas versões, configura-se uma fascinante ferramenta de progresso e, mesmo quando não é praticado por verdadeiros experts, produz uma melhoria sensível em nossa qualidade de vida.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Pulmão de aço - Eliana Zagui

Internada há 36 anos em UTI lança livro de memórias escrito com a boca

Faz 36 anos que Eliana Zagui vive deitada num leito de UTI do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas de São Paulo. Vítima de paralisia infantil aos dois anos, ela perdeu os movimentos do pescoço para baixo. Respira com ajuda de equipamentos.
Na cama, a menina se formou no ensino médio, aprendeu inglês, italiano, fez curso de história da arte e tornou-se pintora. Tudo isso usando a boca para escrever, pintar e digitar. Hoje, lança (só para convidados) seu primeiro livro: "Pulmão de Aço - uma vida no maior hospital do Brasil" (Belaletra Editora).


No final da década de 70, 5.789 crianças vítimas da pólio foram internadas no HC. Sete delas, atingidas com mais severidade, ficavam lado a lado na UTI. "Nós nos apegávamos um ao outro, como numa grande família. Era a única maneira de suportar aquilo tudo", lembra Eliana.

Da turminha, só sobreviveram ela e Paulo Machado, 43, que divide o quarto com a amiga e cuja história de vida também aparece no livro. "A Eliana é minha irmã, a minha família. Tem temperamento forte. Quando vejo que ela está brava, coloco os fones de ouvido e fico na minha", diz.

Eles poderiam viver com suas famílias, com o apoio do hospital. Mas nunca houve interesse por parte delas. Os parentes raramente os visitam. "Não me magoo mais. Já sofri muito e hoje aprendi que cada um é cada um."
Eliana e Paulo passam a maior parte do tempo na internet. Ela gosta de sites de relacionamentos, de pintura e artesanato. Paulo é aficionado por cinema. Está envolvido na produção de uma animação cuja protagonista é Teca, o apelido carinhoso pelo qual chama Eliana. E, para ela, o amigo é o Teco.

Quando é necessário, ele faz as vezes de irmão mais velho. "Dias atrás, eu me irritei no Face [Facebook] e postei uma mensagem malcriada. O Paulo viu e me chamou a atenção", conta Eliana, que chegou a ter 3.000 amigos virtuais. "Fiz uma limpa no final do ano e só deixei uns cem. Agora tenho uns 300, mas preciso limpar de novo."

A saudade dos amigos reais, os quais viu morrer um a um, é o que mais a entristece. "Foram momentos tão bons. Mas não voltam mais."


No livro, ela relata que flertou com o suicídio. "Avaliava as possibilidades: arrancar a cânula da traqueia com a boca, cortar ou furar o pescoço." E encerra com humor. "Descobrimos que até para morrer antes da hora precisamos da ajuda de alguém."


Eliana diz que, volta e meia, essas ideias ainda a visitam, mas que hoje tenta aliviar suas angústias nas sessões semanais de análise.


Não sonha em viver na casa dos pais. "Não. Eu iria estagnar", responde convicta. Mas, sim, ela sonha em morar fora do hospital.

Em dezembro último, pela primeira vez em 36 anos, passou o Natal fora do HC, na casa de amigos. Foi de maca e com respirador artificial portátil. "Foi uma experiência ótima, indescritível."

Quanto ao livro, Eliana diz esperar que ele ajude "aqueles que não querem nada com a vida". "É claro que cada um tem as suas dores. A minha desgraça não é maior que a sua nem a sua é maior que a minha. Mas é sempre bom poder aprender a tirar o que vale a pena da vida."

PULMÃO DE AÇO
AUTORA Eliana Zagui
PREÇO R$ 36
PÁGINAS 240
EDITORA Belaletra