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sábado, 19 de dezembro de 2009

«Exuberâncias da Caixa Preta»

Tal como o nosso cérebro, a exposição «Exuberâncias da Caixa Preta», inaugurada 18 Dezembro no Museu Nacional Soares dos Reis (MNSR), é um labirinto – ora escuro, ora luminoso – onde se vislumbram as emoções.

Elaborada em parceria entre o MNSR, o IBMC (Instituto de Biologia Molecular e Celular), o Ciência Viva e a ESAD (Escola Superior de Artes e Design), a exposição é transdisciplinar, analisando as várias vertentes das emoções humanas e não só.

Partindo do livro «A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais» (1872), de Charles Darwin, a exposição convida o público, de uma forma peculiar, a reflectir sobre o que é a emoção e como pode esta ser definida.

“Darwin achava que valia a pena falar da evolução das emoções”, explicou Alexandre Quintanilha, do IBMC, um dos promotores da iniciativa. No ano em que se comemoram os 150 anos da edição de «A Origem das Espécies», “pensamos que não se devia deixar de lado este importante livro” do naturalista inglês.

Integrar as ciências exactas e as ciências humanas foi desde logo uma preocupação dos autores da exposição.

E está bem patente esta aproximação da arte aos “labirintos da ciência”. Sendo o MNSR um espaço dedicado à arte portuguesa, abrangendo toda a sua história até inícios do século XX, não podia deixar de haver uma relação entre as formas de representação do século XIX e a teoria evolucionista de Darwin.

À entrada, numa espécie de antecâmara, são perceptíveis os três momentos-chave da exposição. Esses são um exemplar da primeira edição livro de Darwin, um cérebro humano e o auto-retrato de Aurélia de Sousa, obra-prima da pintora portuguesa.

Ao entrar-se na primeira sala, frases retiradas de «A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais» acompanham animais selvagens em tamanho real que representam diversas situações. No outro lado, separado pelo exemplar do livro, é o ser humano que aparece, tanto em esculturas de vários artistas portugueses como em fotografias.

A sala seguinte é inteiramente dedicada ao cérebro humano. Apresentam-se imagens do cérebro e um exemplar do clássico de Santiago Ramón y Cajal, onde aparecem os primeiros desenhos de neurónios.

O momento mais contemporâneo da exposição faz-se com uma instalação sobre os “locais” do corpo por onde passam os sentimentos. A finalizar, o auto-retrato de Aurélia de Souza convida o visitante a olhar para as suas próprias emoções e a expressá-las.

«Exuberâncias da Caixa Preta» pode ser visitada até dia 21 de Março de 2010.

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