Inteligência Emocional é a capacidade de reconhecer os nossos
próprios sentimentos, bem como os alheios, de motivar-nos e de saber gerir o
que sentimos. Emoções e sentimentos são
vivências importantes e marcantes desde o início da existência de uma criança.
Considerando
que uma das formas mais eficazes de aprendizagem emocional é através da
observação que leva muitas vezes à imitação, os adultos devem aprender a gerir
as suas emoções e sentimentos em benefício de uma melhor qualidade emocional no
ambiente familiar, escolar e social.
Como
na vida tudo tem o seu lado bom e o menos bom, precisamos ter atenção na
qualidade da expressão das nossas emoções e sentimentos diante das nossas
crianças.
Desde
pequenas, as crianças são capazes de sentir e perceber todas as emoções de um
adulto, só que ainda não sabem como identificar, compreender e muito menos
gerir.
A
capacidade de perceber é inata, mas precisa de ser amadurecida. A capacidade de
identificar, compreender e gerir, ao contrário, têm que ser aprendidas e são
organizadas, pouco a pouco, na interação social. Se a família é o primeiro
contacto emocional, temos a oportunidade de fazer o nosso melhor sem
interferências iniciais.
Quando as crianças não desenvolvem na
infância as habilidades e competências sócio-emocionais, podem tornar-se
adultos insensíveis e indiferentes à dor e ao sofrimento alheios, inclusive
quando estes são causados por si mesmo.
Baseado
no que identifico em algumas famílias, ofereço algumas sugestões para lidarem
com a educação emocional das crianças:
Devem
descrever as emoções sentidas, de forma adequada, expressando-as por meio de
palavras, gestos e também ensinar as crianças a expressar o que sentem. Os miúdos
podem expressar pelo desenho, pintura, jogos lúdicos. Se elas aprendem a
expressar de forma adequada, estão no caminho certo de aprender a identificar o
que sentem e assim melhoram a possibilidade de gerir, tanto para beneficiar-se,
como para melhorar o relacionamento interpessoal.
Sejam
adultos suficientemente bons para as crianças. Construam regras juntamente com as
crianças, adequadas à idade emocional delas. E se tiver que punir, façam com
consciência, vossa e da criança! Vocês podem abraçar a criança e dizer “lamento
minha querida, porém ficou combinado que se você não tirasse nota positiva, deixaria
de jogar Play station. Vamos ajuda-la a melhorar as suas notas”.
E como
tudo na vida se é demais faz mal e, com certeza, não seria diferente em relação
às emoções e sentimentos, o sucesso é
sempre o equilíbrio, nem excesso nem escassez. Por isto a super-proteção é uma
atitude amorosa, porém inadequada. Como adultos queremos proteger as
nossas crianças das dores da vida, mas ao exagerarmos impedimos o seu pleno
desenvolvimento. Lembrem-se: equilíbrio!
Demonstrem
interesse pelas atividades e conquistas das crianças e, elogiem de forma
sincera o que elas fizerem bem feito.
Não
usem chantagem emocional. “Se você fizer isso, ficarei triste”. No
futuro, isso será uma fonte de culpa e de angústia para a criança. É
melhor ficar neutro: “não queremos que você faça isso”.
É
fundamental ensinar as crianças a solucionar por si próprias os seus problemas.
Alguns adultos tentam solucionar os problemas das crianças e, não dão a elas a
oportunidade de pensarem e actuarem por si próprias. Ignorar um problema, não
faz com que ele deixe de existir. A prática na solução de problemas melhora a
capacidade de resolução e tomada de decisão no futuro.
Os adultos
devem definir como objectivos emocionais para as crianças, desenvolverem a confiança
que traz a certeza de que tem muitas possibilidades de êxito no que empreendem
e que podem contar com os adultos para ajudar nessa tarefa. Também a intencionalidade,
que é o desejo e a capacidade de conseguir algo e de actuar em consequência
disso, que reforça o sentir-se competente e eficaz. Muito importante é a empatia,
para compreender os outros e facilitar para que seja compreendido por eles.
Assim como, a capacidade de comunicar e a cooperar para harmonizar as próprias
necessidades com as dos outros nas actividades de grupo.
Assim,
cada criança que aprendeu inteligência emocional com a sua família, faz parte
de um grupo na Escola e constrói um ambiente favorável à aprendizagem nessa
escola. Já está provado que um clima emocional adequado dentro de sala de aula,
em que os alunos se dão bem com os colegas, não há brigas, o relacionamento
harmonioso predomina e não há interrupções nas aulas, eles aprendem melhor. É o
quociente emocional a ajudar o intelectual.
Lembrem-se:
Se não estamos satisfeitos com os resultados, devemos mudar a forma como
fazemos e agimos.
Um abraceijo,
Angela
Escada
Texto escrito para a CAFAP
CF - ASAS - Associação de Solidariedade e Acção
Social de Santo Tirso