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sábado, 8 de setembro de 2007

Cientistas criam simulador para sobreviventes de terremoto

Pesquisadores britânicos e turcos afirmam ter desenvolvido um simulador controlado pelos próprios usuários que recria a sensação de um terromoto e reduz os sintomas de estresse pós-traumático em pessoas que sobreviveram a um grande temor.

Em artigo publicado na revista especializada Psychological Medicine, os pesquisadores sugerem que o simulador seja utilizado em países onde o risco de terremotos é maior.

De acordo com um dos criadores do simulador, a idéia foi associar a tecnologia a uma antiga teoria psicológica.

O simulador é uma pequena casa pré-fabricada que fica em cima de uma base que tremula graças a uma plataforma mecânica motorizada.

Um computador controla a simulação do terremoto, mas os participantes podem determinar a velocidade e a intensidade dos tremores e parar o simulador a qualquer momento com um controle remoto.

Resultados

Em um estudo inicial, oito pessoas de um grupo de dez sobreviventes do forte terremoto que atingiu o noroeste da Turquia em 1999 passaram a ter menos sintomas de estresse pós-traumático três meses depois de utilizarem o simulador.

Em outro estudo, 31 sobreviventes do mesmo terremoto que sofriam de estresse pós-traumático passaram por uma sessão no simulador ou por uma série de consultas com um psicólogo.

Os sobreviventes que se submeteram ao psicólogo foram aconselhados sobre como lidar com situações que consideravam difíceis, como entrar em um prédio ou dormir no mesmo horário que o resto da família e não ficar acordado para estar atento a um possível terremoto.

Pelos resultados da pesquisa, os sobreviventes que passaram pelo simulador tiveram uma melhora 20% maior do que os que se consultaram com o psicólogo.

"Ele (o simulador) aumenta o poder de recuperação", afirma o pesquisador Mertin Basoglu, que liderou o estudo e desenvolveu o simulador. "Quando ocorre um terremoto, as pessoas estão preparadas."

"Observei que as pessoas que sobreviveram a terremotos tinham medo de situações em que havia um ambiente trêmulo, como um prédio pré-fabricado que balança com ventos fortes ou quando um caminhão passa", conta o pesquisador.

Basoglu, que trabalha no Instituto de Psiquiatria de Londres e no Centro de Pequisas e Terapias de Comportamento de Istambul, diz que os estudos demonstram que o simulador é "um tratamento em potencial".

"Pode parecer um equipamento caro, mas tem um bom custo/benefício: você pode tratar de cinco a dez pessoas em uma sessão", afirma o pesquisador. "No futuro, isso deveria ser parte dos serviços de saúde mental oferecidos a pessoas que sobreviveram a terremotos."

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