Ontem, véspera de Natal, atendi uma pessoa que, como todos nós, merece ser feliz, mas que não consegue perceber isto, descobrir qual é o caminho da sua felicidade… que está dentro dela e não lá fora, nas outras pessoas.
Foi um atendimento de emergência, num misto de psicóloga e ser humano, deu a essa pessoa o que de melhor ela precisava naquele momento. Dei atenção, carinho e em especial apoio para acender a luz e descobrir o caminho. Não fiz muito, nunca faço muito, é a própria pessoa quem faz a maior parte. Se não for assim, não tem efeito real.
Achei que era interessante partilhar com vocês e por isto escrevo e coloco no blog hoje. Não vou fazer o relato da situação vivida pela pessoa nem da mensagem que a transtornou, para não continuar com o transtorno em outras pessoas que nem sabem do tipo de mensagem que me refiro.
O fundamental para mim neste momento é falar sobre o compromisso que temos connosco de sermos felizes. O limite para realizar objectivos na sua vida é imposto por você próprio. Você é a única pessoa que pode colocar restrições nos seus desejos. Considerando-se que nós nascemos para viver em pé e caminhar em frente, temos todos um objectivo comum nesta vida: Sermos felizes.
Cada um tem o seu conceito de ser feliz.
Para alguns ser feliz é alcançar o impossível.
E… o que é impossível? Por exemplo, na história geral da humanidade podemos constatar que as grandes realizações aconteceram quando alguém resolveu vencer o que se pensava ser impossível...
Nos descobrimentos marítimos, conhecemos um Colombo determinado a seguir viagens pelo mar, apesar de ouvir que o mar acabava e estava cheio de monstros terríveis. Para alguns era impossível e Colombo pensava: “Porque não?”.
Ford não conseguiu ser ouvido por banqueiros porque eles não acreditavam nos carros em série. Santos Dumont foi considerado louco… até fazer subir o seu motor 14 Bis… Einstein foi outro louco... uiii, temos tantos “loucos”...e ainda bem que temos. Loucos porém felizes…a seu jeito! Graças a eles é que vamos crescendo e descobrindo mais e mais coisas, umas muito úteis, outras nem por isso.
Desistir dos nossos objectivos por aceitar palpites de pessoas menos optimistas é mais fácil do que lutar pelos nossos objectivos. Persistir nos nossos objectivos dá trabalho. Ah, isso lá é verdade, mas também é esse o “tempero” da nossa vida.
Hummm, então podemos concluir que ser feliz dá trabalho. Sim, ser feliz é questão de persistência, de aceitação interior, de lutas diárias consigo próprio, de encontros e desencontros, encantos e desencantos, acertos e desacertos, aceitação desses erros, humildade diante dos acertos.
Escuto muitas pessoas a dizerem que desistem de ser felizes porque vivem num mundo cada dia mais conturbado, com tantas cenas dolorosas de se ver, com sofrimento espalhado por este mundo afora e eu peço a vocês para reformularem este pensamento.
Pensem comigo: Sofrimento por este mundo a fora SEMPRE existiu, nós apenas não tínhamos conhecimento em tempo real e só sabíamos quando eram publicados livros ou filmes relatando como um determinado povo viveu uma situação catastrófica e, claro, só tomava conhecimento quem se interessava pelo assunto comprava o livro ou assistia o filme.
No entanto, actualmente, depois da globalização, da Internet, passamos a tomar conhecimento rapidamente, mesmo sem ter ido a procura dessas informações.
Sim, Internet é uma excelente ferramenta, no entanto, conheço muitas pessoas que NÃO estão preparadas para conviver com a Internet na sua vida diária. Sabem porquê? É que as pessoas repassam todo o tipo de e-mails. Alguns com piada, outros com pedidos, outros com relatos dramáticos, abaixo assinado, imagens de desgraça ambiental ou humana. Ok, é uma forma de manter contacto com as pessoas que você conhece? É uma forma de divulgar o que você tomou conhecimento? Sim, mas e que tal seleccionar para quem você deve enviar?
Vamos pensar aqui juntinhos. Existem muitas pessoas que não conseguem lidar com as dificuldades da sua própria vida e que precisam de muita ajuda para ultrapassar alguns obstáculos interiores. Algumas dessas pessoas podem estar ao vosso lado neste momento, apenas não expressam, não demonstram o sofrimento que lhes vai na alma. E, ao abrirem o seu e-mail encontram lá apelos desesperados enviados por vocês e… desanimam, desistem do objectivo principal da vida: Ser feliz.
Sofrem com o sofrimento dos outros e perdem a pouca capacidade que ainda tinham de saírem do seu sofrimento interior. Essas pessoas que estou me referindo, precisam tanto ou mais de ajuda como as pessoas das mensagens que você repassa relatando um sofrimento. Se pensarmos assim, estamos aumentando o sofrimento, quando na verdade só queríamos sensibilizar as pessoas para aquele tipo de sofrimento.
Se você acha que é importante continuar repassando as mensagens, continue a fazer, no entanto, aceite a minha simples sugestão. Inicie a sua mensagem com uma palavra de PAZ e conclua a sua mensagem com uma palavra de esperança.
Cada um tem o seu próprio “mapa”. Não sabemos qual será a reacção de quem lê. Pense que há muita boa gente que vai abrir o e-mail exactamente porque precisa de positividade e… encontra a sua mensagem e deixa-se ir abaixo. Com certeza não era esta a sua intenção ao repassar aquela mensagem. Vamos colaborar com o bem-estar mental dessas pessoas.
Se nascemos para ficar em pé…não devemos ficar caídos
Se caímos, devemos levantar…
Se nascemos para caminhar em frente, se for necessário dar um passo atrás, devemos logo recuperar o rumo.
Se o seu objectivo é ser feliz, não se desvie dele e conseguirá ser feliz.
Porémmm, já vimos que ser feliz dá trabalho, portanto vá a luta com empenho porque você merece.
Angela Escada
25 de Dezembro de 2007
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