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quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

Artigo Revista Segurança

STRESSE - Criatividade também reduz o stresse

Durante muito tempo, a grande maioria das pessoas foi influenciada a pensar e agir de acordo com o paradigma cartesiano, com base no raciocínio lógico e linear deixando de lado as suas emoções, intuição, criatividade, capacidade de ousar soluções diferentes.
António Damásio, respeitado e premiado neurologista português, radicado nos Estados Unidos e com muitos trabalhos publicados, entre os quais o livro “O erro de Descartes”, afirma que “o ponto de partida da ciência e da filosofia deve ser anti-cartesiano:"existo (e sinto), logo penso”.
Se utilizarmos mais o hemisfério esquerdo, que é considerado racional, deixamos de usufruir dos benefícios guardados no hemisfério direito, como a imaginação, visualização criativa, serenidade, visão global, capacidade de síntese, facilidade de memorizar, dentre outros.
Na verdade, exercitar o hemisfério direito é muito mais simples do que se imagina. Podemos lançar mão de técnicas variadas para estimular o hemisfério direito do cérebro e procurar a integração entre os dois hemisférios, equilibrando o uso das nossas potencialidades.
O nosso cérebro regula as suas actividades através de ondas eléctricas que emitem minúsculos impulsos electroquímicos de variadas frequências e são conhecidas como:
Beta, emitidas quando estamos com a mente consciente e alerta. Aumentam a frequência quando nos sentimos agitados, tensos, ansiosos, com medo ou sob stress. A frequência varia de 13 a 60 pulsações por segundo (PPS) na escala Hertz;
Alfa, quando nos encontramos em estado de relaxamento físico e mental, embora conscientes do que ocorre à nossa volta, sendo a frequência em torno de 7 a 13 (PPS);
Teta, mais ou menos de 4 a 7 (PPS), é um estado de sonolência com reduzida consciência;
Delta, quando há inconsciência ou sono profundo emitindo entre 0,1 e 4 (PPS).
Geralmente costumamos usar o ritmo cerebral Beta. Quando diminuímos o ritmo cerebral para Alfa, colocamo-nos na condição ideal para encontrarmos solução criativa para problemas, aprendermos novas informações, guardarmos dados, elaborarmos trabalhos difíceis, aprendermos idiomas, analisarmos situações complexas.
Exercícios de relaxamento, actividades que proporcionem sensação de calma, música do estilo “new age”, o silêncio interior e exterior, os exercícios de desenho, técnicas da criatividade são recursos que têm sido fortes aliados na conquista dessa riqueza interior que possuímos sim mas que não tínhamos conhecimento dela e portanto não fazíamos bom uso dela.
O simples uso de música apropriada diminui o ritmo cerebral e também contribui para que haja equilíbrio no uso dos hemisférios cerebrais. Não precisa procurar músicas muito específicas, aquelas músicas para relaxamento, como as “new age”, surtem os mesmos efeitos.
De uma forma muito reduzida temos aqui o processo que a música pode desencadear no cérebro e reduzir a frequência das ondas cerebrais:
Quando ouvimos músicas relaxantes as nossas Fibras Nervosas convertem o som captado em estímulos nervosos. Através do Sistema Nervoso Central (SNC) o Estímulo Nervoso influencia o nosso humor e comportamento, porque provoca a liberação de adrenalina e ou dopamina no organismo. O SNC corresponde as cordas de um instrumento musical. Os nossos nervos são esticados mantendo sempre uma certa tensão.
Qualquer “enfermidade” desafina esse sistema e a música é útil porque “afina” o SNC e colabora para o equilíbrio do organismo. As ondas sonoras são captadas pelo pavilhão auricular e chegam ao conduto auditivo e ao tímpano. As vibrações atingem o ouvido médio, onde são convertidas em impulsos nervosos. Esses impulsos viajam até o cérebro pelo nervo auditivo e são interpretados por células nervosas altamente diferenciadas, que entendem tais estímulos como SOM POSITIVO.
Impulsos/vibrações/sons deslocam-se no líquido cerebrospinal. A cavidade de ressonância do cérebro recebe-os como uma massagem sónica. A qualidade harmónica do som produz efeitos POSITIVOS.
Na Grécia Antiga a flauta do Semideus Pã ficou famosa não só por encantar as pessoas como também por que eliminava os maus sentimentos acumulados no organismo.
Além da Grécia, outras culturas já utilizavam a música para acalmar a alma: Egipto, Pérsia, Índia, China, Japão, Grécia, Brasil e outros.
A música produzida por Beethoven tem sido estudada e foram encontradas muitas utilidades para cada uma das suas sinfonias:

Primeira Sinfonia: Estimula a motivação e a autoconfiança.

Segunda Sinfonia: Gera grande força de vontade, poder de decisão; pode promover profundas transformações em mentes passivas.

Terceira Sinfonia: Contribui para equilibrar o sistema nervoso; combate a tensão, o pessimismo, a incerteza e o desânimo.

Quarta Sinfonia: Transmite forte carga de sentimentos altruístas: ajuda a eliminar sentimentos negativos como o ódio, o ciúme o egoísmo, a inveja, o desejo de vingança e a luxúria.

Quinta Sinfonia: Estimula a reflexão existencial, levando o ouvinte a pensar em seu processo de crescimento pessoal e na própria vida.

Sexta Sinfonia: Desperta a criatividade, particularmente no plano artístico, estimula a esperança, a autoconfiança e a busca de novos caminhos.

Sétima Sinfonia: Propicia a auto-análise e consequentemente amplia o autoconhecimento; permite maior aprofundamento no inconsciente e encoraja o caminho da espiritualidade.

Oitava Sinfonia: Eleva o discernimento abrindo campos de consciência a formas superiores de ser e de perceber.

Nona Sinfonia: Induz a devoção mística permite o contacto com estados mais refinados de omnisciência.

A criatividade é estimulada pela música e conduz-nos a um estado alterado de consciência que facilita, principalmente a solução de problemas, evitando assim que estejamos sempre em stress.


Angela Escada
Psicóloga Clínica, Formadora e Doutoranda na área da Inteligência Emocional na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra

1/13/2006

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