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quinta-feira, 9 de março de 2006

Mulher!

Mulher...por Simone

Mais um dia chegou
Único, simples e cheio de
Liberdade
Homens estendam as mãos
E mostrem a elas que são mais que importantes
Razão de sorriso e alegria

Pelos anos vividos
Ao lado das pessoas amadas,
Rindo, ouvindo, cantando o
Amor em prosas
Benignidade
nata,
É a mulher.
Nunca esquecida,
Sempre presente nos bons e maus momentos.

Pela paciência
E o afecto, assim como, pela
Longanimidade inabalável;
O que faz de vocês filhas amadas de Deus!

Sejam assim sempre,
Especiais e
Únicas.

Diante de qualquer situação
Inabaláveis, conservando sempre esse
Amor incomparável.

2 comentários:

  1. Mais si la force est synonyme de courage moral, alors la femme est infiniment supérieure à l'homme. GANDHI
    (Tous les hommes sont frères) ...





    Poema da Mulher


    Era noite enluarada
    Desciam brancos os montes
    Quando nessa madrugada
    Desenhando os horizontes
    Um pedra ali postada
    Pelo tempo da memória
    Ia pela voz das fontes
    Dar início à nossa história.

    II

    Dormia esse sono impuro
    Que tanto pensar agita
    Quando iluminando o escuro
    Uma luz branca me fita.
    Era sudário de sonhos
    Como lençol de luar
    Temeroso nevoeiro
    Nas rendas do alto mar.


    Gélida alvura na noite
    Envolve prende o meu ser
    Ou êxtase ou sorvedoiro
    Rasga o silêncio do ver.

    Névoas montes nevoeiro
    Treva em flor água sombria
    véus de mouras lírios brandos
    Noivas de apenas um dia
    Estavam cantando o seu pranto
    Ali rente à penedia.

    Que vozes de tal requebro
    Esclareciam meu sentir
    Que essa alvura tomou forma
    Nas mães da história a sair.
    Foram sentando pelos montes
    Como flores de amendoeira
    Tinham o timbre nocturno
    Perfume de laranjeira.

    De suas frontes pendiam
    Atavios de tal esplendor
    Que quem tais astros urdia
    Era mago ou era a dor.

    Vinham do fundo dos tempos
    Atravessado a idade
    No rosto sulco de vento
    Da perdida mocidade
    E no matutino olhar
    Um fio d’água de saudade

    Além me sentei também
    Herdeira de seu dizer
    Presente eu mais uma mãe
    Pra melhor as perceber.

    Ali naquela pedra toda musgo
    Uma esguia mulher a trança alta
    Trazia no sorriso a anoitecer
    A fala que de súbito a exalta:

    É dia de colheitas, noite embora
    Ao longe de milénios semeámos
    Ninguém se enternece pelos escombros
    Dos sonhos que velámos.

    É dia de falar de mão estendida
    Essa mão que nunca ninguém viu
    E que trazia nela a flor da vida

    É dia de largar no vendaval
    A história de milénios que calámos
    Nossa dádiva bela e natural
    Dos filhos que na terra semeámos

    O sol acompanhava nossas vidas
    Num hino universal à chuva
    E das sementes conseguidas
    Fizemos pão fizemos uva.

    Mas nossa sementeira era de vida
    Arámos o chão com nossas mãos
    Mas de cada broto em nova vida
    Nem sempre vimos irmãos

    Como filhas da horda guerrilheiras
    Tudo demos de nós sem o medir
    E fomos Catarinas e ceifeiras
    E parimos Mandelas e Ghandis.

    Enquanto nosso sangue se espargia
    No ódio à traição do nosso ventre
    Cada criança que nascia
    Nascia no direito a ser diferente.

    Mas tudo foi pretexto para guerra
    Um pedaço de rio que o chão nos dá
    Por um metro de terra
    O sangue que era amor se esvairá
    Sempre por mais avareza e ambição
    O humano olhar perde a essência
    E derramando o sangue dum irmão
    O que ontem foi menino é inclemência.

    A mãe não distingue seu menino
    Nesse ser déspota e cruel
    Outrora ria como passarinho
    A voz clara e doce como mel.

    A voz infante que dizia Mãe
    Hoje não sabe face a uma mulher
    Aquele vulto é também para alguém
    A pura fonte que lhe deu o ser.

    Mata lacera violenta sem razão
    Ante o olhar de horror de criancinhas
    Em cada olhar que morre perde-se um irmão
    E nasce mais fereza e mais chacina

    As mães correm o monte em alvoroço
    Mulheres da cor do sol que tempo deu
    Esgatanhando os ares lembram o moço
    Que viram partir vivo e que morreu.

    Mas é chegado o dia da colheita:
    Colher o pensamento e a Unidade
    Eia mulher! Em Pé!
    Por cada afronta feita
    Que cada mãe saiba ser
    Solidária! Mulher!


    Marília Gonçalves

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  2. Mais si la force est synonyme de courage moral, alors la femme est infiniment supérieure à l'homme. GANDHI
    (Tous les hommes sont frères) ...





    Poema da Mulher


    Era noite enluarada
    Desciam brancos os montes
    Quando nessa madrugada
    Desenhando os horizontes
    Um pedra ali postada
    Pelo tempo da memória
    Ia pela voz das fontes
    Dar início à nossa história.

    II

    Dormia esse sono impuro
    Que tanto pensar agita
    Quando iluminando o escuro
    Uma luz branca me fita.
    Era sudário de sonhos
    Como lençol de luar
    Temeroso nevoeiro
    Nas rendas do alto mar.


    Gélida alvura na noite
    Envolve prende o meu ser
    Ou êxtase ou sorvedoiro
    Rasga o silêncio do ver.

    Névoas montes nevoeiro
    Treva em flor água sombria
    véus de mouras lírios brandos
    Noivas de apenas um dia
    Estavam cantando o seu pranto
    Ali rente à penedia.

    Que vozes de tal requebro
    Esclareciam meu sentir
    Que essa alvura tomou forma
    Nas mães da história a sair.
    Foram sentando pelos montes
    Como flores de amendoeira
    Tinham o timbre nocturno
    Perfume de laranjeira.

    De suas frontes pendiam
    Atavios de tal esplendor
    Que quem tais astros urdia
    Era mago ou era a dor.

    Vinham do fundo dos tempos
    Atravessado a idade
    No rosto sulco de vento
    Da perdida mocidade
    E no matutino olhar
    Um fio d’água de saudade

    Além me sentei também
    Herdeira de seu dizer
    Presente eu mais uma mãe
    Pra melhor as perceber.

    Ali naquela pedra toda musgo
    Uma esguia mulher a trança alta
    Trazia no sorriso a anoitecer
    A fala que de súbito a exalta:

    É dia de colheitas, noite embora
    Ao longe de milénios semeámos
    Ninguém se enternece pelos escombros
    Dos sonhos que velámos.

    É dia de falar de mão estendida
    Essa mão que nunca ninguém viu
    E que trazia nela a flor da vida

    É dia de largar no vendaval
    A história de milénios que calámos
    Nossa dádiva bela e natural
    Dos filhos que na terra semeámos

    O sol acompanhava nossas vidas
    Num hino universal à chuva
    E das sementes conseguidas
    Fizemos pão fizemos uva.

    Mas nossa sementeira era de vida
    Arámos o chão com nossas mãos
    Mas de cada broto em nova vida
    Nem sempre vimos irmãos

    Como filhas da horda guerrilheiras
    Tudo demos de nós sem o medir
    E fomos Catarinas e ceifeiras
    E parimos Mandelas e Ghandis.

    Enquanto nosso sangue se espargia
    No ódio à traição do nosso ventre
    Cada criança que nascia
    Nascia no direito a ser diferente.

    Mas tudo foi pretexto para guerra
    Um pedaço de rio que o chão nos dá
    Por um metro de terra
    O sangue que era amor se esvairá
    Sempre por mais avareza e ambição
    O humano olhar perde a essência
    E derramando o sangue dum irmão
    O que ontem foi menino é inclemência.

    A mãe não distingue seu menino
    Nesse ser déspota e cruel
    Outrora ria como passarinho
    A voz clara e doce como mel.

    A voz infante que dizia Mãe
    Hoje não sabe face a uma mulher
    Aquele vulto é também para alguém
    A pura fonte que lhe deu o ser.

    Mata lacera violenta sem razão
    Ante o olhar de horror de criancinhas
    Em cada olhar que morre perde-se um irmão
    E nasce mais fereza e mais chacina

    As mães correm o monte em alvoroço
    Mulheres da cor do sol que tempo deu
    Esgatanhando os ares lembram o moço
    Que viram partir vivo e que morreu.

    Mas é chegado o dia da colheita:
    Colher o pensamento e a Unidade
    Eia mulher! Em Pé!
    Por cada afronta feita
    Que cada mãe saiba ser
    Solidária! Mulher!


    Marília Gonçalves

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