'A distância entre nós' retrata um mundo que, embora distante, é muito
familiar. Conduzido por duas mulheres reais, este romance mostra como a
vida dos pobres e dos ricos está intrinsecamente enlaçada, ainda que
afastada.
E capta o modo pelo qual os laços femininos ultrapassam as
divisões de classe e de cultura.
Na Bombaim contemporânea, a empregada
doméstica Bhima deixa seu barraco na favela onde mora para cuidar da
casa de Sera Dubash, onde trabalha há mais de vinte anos.
No apartamento
de classe média alta onde a patroa viúva vive com a filha, Dinah, que
está grávida, e o genro, Viraf, Bhima lava a louça, esfrega o chão e
corta as cebolas para a omelete matinal do clã, lutando contra a dor nas
mãos causada pela artrite e também contra a preocupação que toma conta
de seu pensamento - sua neta, Maya, está grávida. Mas, diferente de
Dinah, ela não é casada e se recusa a revelar a identidade do pai da
criança.
'A distância entre nós' é apresentado ao leitor como uma
complexa encruzilhada de semelhanças e diferenças entre Bhima, a
empregada, e Sera, a patroa.
Distantes pelas diferenças entre classes,
elas se aproximam na condição de mulheres oprimidas, que dedicaram as
vidas para cuidar dos outros.
O leitor acompanha o cotidiano das duas
como senhoras maduras e, na narrativa em flashback, percebe como estas
existências vão se construindo juntas, sempre alimentadas por uma
relação de atração e repulsa.
Sem comentários:
Enviar um comentário