Cigarro pode afetar glândula tireóide
09 de fevereiro de 2007 (Bibliomed). A exposição à fumaça do cigarro associa-se a uma série de problemas de saúde. Sabe-se que os fumantes estão sob maior risco de apresentar câncer na boca, nos lábios e nos pulmões, bem como estão sujeitos a desenvolver uma série de enfermidades potencialmente fatais, como o infarto do coração e o derrame cerebral.
Os estudos mais recentes indicam que os indivíduos que, apesar de não fumarem, estejam expostos a fumaça de cigarro exalada pelos fumantes, também apresentam um maior risco de desenvolverem uma série de doenças. A exposição passiva ao fumo associa-se com o desencadeamento de crises de asma, com o surgimento de problemas respiratórios e até mesmo ao desenvolvimento de alguns tipos de câncer.
As influências, que a exposição passiva à fumaça do cigarro geram no sistema endócrino, (responsável pela produção dos hormônios que controlam uma série de funções corporais) ainda são pouco esclarecidas. Com o objetivo de avaliar uma destas influências, um grupo de pesquisadores europeus publicou um trabalho na revista The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism em 2007.
O estudo avaliou qual o impacto que a exposição passiva diária ao fumo, durante uma hora e em ambiente fechado, produz no metabolismo corporal e na função da glândula tireóide (localiza-se no pescoço e é responsável pela produção de hormônios que interferem no metabolismo corpóreo). Participaram do trabalho 18 voluntários sadios, com idades em torno de 25 anos.
Os resultados encontrados demonstraram que, quando os voluntários foram expostos à fumaça do cigarro, houve um aumento significativo do metabolismo corporal basal, bem como se encontrou elevação da produção de hormônios pela glândula tireóide. Além disso, houve relação direta entre os níveis de nicotina dosados no sangue e na urina e o aumento das taxas metabólicas e da secreção de hormônios pela tireóide.
Assim, pode-se dizer que, quanto maior a exposição passiva ao fumo, maiores são as modificações no metabolismo corpóreo e na função da glândula tireóide. Confirma-se, com isso, mais um efeito deletério que a fumaça do cigarro produz no organismo, mesmo dentre aqueles que não cultivam o hábito de fumar.
Fonte: The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism; 2007, 92 (1): 208 – 211. doi:10.1210/jc.2006-0762
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